ATA DA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 09-02-2009.
Aos nove dias do mês de fevereiro do ano de dois mil
e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e sete minutos, foi realizada a
segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli
Sell, Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Elias
Vidal, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Pancinha, Maria Celeste, Mauro
Pinheiro, Sebastião Melo e Valter Nagelstein. Constatada a existência de quórum, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os Vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha,
Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto,
Ervino Besson, Fernanda Melchionna, João Carlos Nedel, Juliana Brizola, Luiz
Braz, Marcello Chiodo, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos,
Paulinho Ruben Berta, Paulo Marques, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso
Flecha Negra, Toni Proença e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Beto
Moesch, o Projeto de Lei do Legislativo nº 285/08 (Processo nº 6651/08) e pelo
Vereador Mauro Zacher, o Projeto de Resolução nº 055/08 (Processo nº 5994/08).
Na ocasião, foi apregoado o Ofício nº 096/09, do Senhor José Fortunati,
Prefeito Municipal de Porto Alegre, em exercício, retificando o período de
afastamento comunicado por Sua Excelência por meio do Ofício nº 083/09, o qual
passa a ser das dezoito horas do dia de hoje às vinte e duas horas e trinta
minutos do dia de amanhã. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofício s/nº, da Câmara dos
Deputados; Ofícios nos 094/09, do Senhor Prefeito Municipal de Porto
Alegre; e nos 10018622 e 10018887/09, do Fundo Nacional de Saúde do
Ministério da Saúde. Durante a Sessão, deixou de ser votada a Ata da Sessão de Instalação da
Primeira Sessão Legislativa Ordinária da Décima Quinta Legislatura. Em GRANDE
EXPEDIENTE, pronunciou-se o Vereador Aldacir José Oliboni. Após, foi
apregoado Requerimento de autoria da Vereadora Sofia Cavedon, deferidos pelo
Senhor Presidente, solicitando desarquivamento do Projeto de Lei do Legislativo
nº 137/08 (Processo nº 3313/08). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se a Vereadora
Maria Celeste e o Vereador João Antonio Dib. Na oportunidade, a Vereadora Maria Celeste
manifestou-se
acerca do teor dos pronunciamentos de Sua Excelência e do Vereador João Antonio
Dib em Comunicação de Líder. A seguir, constatada a existência de quórum, foi
iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 006/08, considerando-se mantido o Veto Total a
ele oposto, por três votos SIM, vinte e sete votos NÃO e três ABSTENÇÕES, após
ter sido discutido pelos Vereadores Sofia Cavedon, Beto Moesch, Mauro Zacher,
Fernanda Melchionna, João Antonio Dib, Airto Ferronato, Luiz Braz, Carlos
Todeschini, Ervino Besson, Alceu Brasinha, Waldir Canal, Reginaldo Pujol, Elias Vidal, João Pancinha, Engenheiro Comassetto, Nilo Santos, Mauro
Pinheiro, Dr. Thiago Duarte, Maria Celeste e Dr. Raul e encaminhado à votação
pelos Vereadores Sofia Cavedon, João Antonio Dib, Luiz Braz, Nilo Santos,
Fernanda Melchionna, Mauro Zacher e Valter Nagelstein, tendo votado Sim os
Vereadores Bernardino Vendruscolo, Elias Vidal e
Haroldo de Souza, votado
Não os Vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir
José Oliboni, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago
Duarte, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, João Pancinha, Juliana
Brizola, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Maria Celeste, Mario Manfro, Mauro
Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta,
Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença, Valter
Nagelstein e Waldir Canal e optado pela Abstenção os Vereadores Ervino
Besson, João Antonio Dib e João Carlos Nedel, tendo apresentado Declaração de Voto a
Vereadora Maria Celeste e o Vereador João Antonio Dib, votação esta
posteriormente declarada nula pelo Senhor Presidente. Durante a apreciação do
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/08, a Vereadora Juliana Brizola cedeu seu tempo de
discussão ao Vereador Beto Moesch. Também, em face de Questões de Ordem e manifestações
formuladas pelo Vereador João Antonio Dib, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos acerca dos artigos 110 do Regimento e 81 da Lei Orgânica do
Município, atinentes à tramitação de Processos em regime de urgência e inclusão
de proposições na Ordem do Dia. Na ocasião, foi realizada solenidade, tendo
como Mestre de Cerimônias o Senhor José Luís Espíndola, para leitura e
assinatura do Termo de Posse do Vereador Adeli Sell no cargo de Presidente da
Câmara Municipal de Porto Alegre, em face de licença solicitada pelo Vereador
Sebastião Melo, a fim de exercer o cargo de Prefeito Municipal de Porto Alegre,
em substituição, das dezoito horas do dia de hoje às vinte e duas horas e
trinta minutos do dia de amanhã. Ainda, o Senhor Presidente registrou a
presença, neste Plenário, de dirigentes da Associação dos Comissários de
Polícia do Rio Grande do Sul. Após, foi apregoado Requerimento de autoria do
Vereador João Carlos Nedel, solicitando que o Projeto de Lei Complementar do
Executivo nº 020/08 (Processo nº 6853/08) fosse considerado em regime de
urgência e submetido à reunião conjunta de Comissões Permanentes. Também, a
Vereadora Maria Celeste formulou Requerimento verbal, solicitando Parecer da
Comissão de Constituição e Justiça, acerca do cumprimento do artigo 237 da Lei
Orgânica do Município, no referente à tramitação do Projeto de Lei Complementar
do Executivo nº 020/08, tendo o Senhor Presidente determinado que esse Requerimento fosse
formalizado por escrito. Na oportunidade, os Vereadores Sofia Cavedon, Luiz Braz, Maria Celeste
e Reginaldo Pujol manifestaram-se sobre os Requerimentos de autoria do Vereador
João Carlos Nedel e da Vereadora Maria Celeste, acima referidos, atinentes ao
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 020/08. A seguir, em face de
Questão de Ordem e manifestações do Vereador João Antonio Dib, nos termos do
artigo 177 do Regimento, o Senhor Presidente informou que seria efetuada nova
votação do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/08. Em Votação
Nominal, foi
rejeitado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/08,
considerando-se mantido o Veto Total oposto, por quatro votos SIM, vinte e sete
votos NÃO e três ABSTENÇÕES, tendo votado Sim os Vereadores Bernardino
Vendruscolo, Elias Vidal, Haroldo de Souza e Reginaldo Pujol, este com Declaração de
Voto, votado Não os Vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Alceu
Brasinha, Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr.
Raul, Dr. Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, João
Pancinha, Juliana Brizola, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Maria Celeste, Mario
Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho
Ruben Berta, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença, Valter
Nagelstein e Waldir Canal e optado pela Abstenção os Vereadores Ervino
Besson, João Antonio Dib e João Carlos Nedel. A seguir, foi rejeitado Requerimento de
autoria da Vereadora Maria Celeste, solicitando Parecer da Comissão de
Constituição e Justiça, acerca da aplicação do artigo 237 da Lei Orgânica do Município
no referente ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 020/08, por nove
votos SIM e vinte e um votos NÃO, tendo votado Sim os Vereadores Airto
Ferronato, Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini, Engenheiro Comassetto,
Fernanda Melchionna, Juliana Brizola, Maria Celeste, Mauro Pinheiro e Sofia
Cavedon e Não
os Vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo,
Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Ervino
Besson, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, João Pancinha, Luiz Braz, Marcello
Chiodo, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Reginaldo
Pujol, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal. Na oportunidade, a Vereadora
Sofia Cavedon manifestou-se acerca do resultado da votação do Requerimento da
Vereadora Maria Celeste, acima referido. Após, foi aprovado Requerimento de
autoria do Vereador João Carlos Nedel, solicitando que o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 020/08 fosse considerado em regime de urgência e
submetido à reunião conjunta de Comissões Permanentes, por vinte e três votos
SIM e nove votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Maria
Celeste, Luiz Braz, Valter Nagelstein, Airto Ferronato e Fernanda Melchionna,
em votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os
Vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha,
Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal,
Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, João Pancinha, Luiz Braz,
Marcello Chiodo, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos,
Paulinho Ruben Berta, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença,
Valter Nagelstein e Waldir Canal e Não os Vereadores Aldacir
José Oliboni, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Engenheiro Comassetto, Fernanda
Melchionna, Juliana Brizola, Maria Celeste, Mauro Pinheiro e Sofia Cavedon. Na ocasião, a Vereadora
Maria Celeste formulou Requerimento verbal, indeferido pelo Senhor Presidente,
solicitando o adiamento, por uma Sessão, do Requerimento de autoria do Vereador
João Carlos Nedel, que solicita regime de urgência para o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 020/08, tendo se manifestado a respeito a
Vereadora Sofia Cavedon e o Vereador Luiz Braz. A seguir, em face de Licença
para Desempenhar Cargo Público solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, o
Senhor Presidente declarou
empossado na vereança o Suplente Paulo Marques, após a entrega de seu Diploma e
Declaração de Bens, bem como a prestação do compromisso legal e indicação do
Nome Parlamentar, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa
do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana. Em Votação, foram aprovados
os Requerimentos nos
011 e 001/09. Durante a apreciação do Requerimento nº 001/09, o Vereador Adeli
Sell afastou-se da presidência dos trabalhos, nos termos do artigo 22 do
Regimento. Em prosseguimento, o Senhor Presidente informou que, após a presente
Sessão Ordinária, seria realizada reunião da Comissão Especial constituída na
Casa para analisar o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/07, tendo
se manifestado a respeito o Vereador Engenheiro Comassetto. Em continuidade, o
Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador Paulo Marques, que se
pronunciou nos termos do § 8º do artigo 12 do Regimento. Em COMUNICAÇÕES,
pronunciou-se o Vereador Adeli Sell. Após, por solicitação do Vereador Alceu
Brasinha, foi realizada verificação de quórum, constatando-se a existência do
mesmo. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o Vereador DJ Cassiá. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição,
pronunciou-se o Vereador Carlos Todeschini. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os
Vereadores Dr. Raul e Dr. Thiago Duarte. Às dezoito horas e trinta e dois minutos, o Senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo, Adeli Sell e Toni
Proença e secretariados pelos Vereadores Nelcir Tessaro e Mauro Pinheiro, este
como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei
fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada
por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI:
Nobre Presidente, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadores, Vereadoras e público
que acompanha esta Sessão por intermédio do Canal 16, eu tenho certeza de que
este vai ser um ano muito proveitoso não só na luta pelas demandas dos
Vereadores, mas, mais do que isso, um ano em que todos nós temos a
responsabilidade de promover políticas de inclusão social na cidade de Porto
Alegre. Por essas e por muitas outras razões, quero aproveitar o período de
Grande Expediente para fazer um pequeno apanhado sobre os problemas que
aconteceram na área da Saúde no ano anterior - gestão anterior - e dizer que,
com certeza, a população de Porto Alegre espera muitos resultados nesta gestão,
mais precisamente neste ano de 2009, não só porque este é um ano em que inicia
a gestão no Município de Porto Alegre, a segunda gestão do Prefeito José
Fogaça, como também a gestão de inúmeros novos Vereadores e Vereadoras que
estão compondo o quadro dos 36 Vereadores aqui na nossa Capital. Por essa
razão, com certeza, todos nós temos as prioridades, os nossos compromissos que
assumimos como candidatos.
Eu
quero lembrar aqui alguns fatos importantes como, por exemplo, o Programa de
Saúde da Família aqui em Porto Alegre. Todos nós sabemos que o atual Governo
que venceu as eleições prometeu duplicar os PSFs em Porto Alegre na sua Gestão.
Então, com certeza, ele deverá ter, no mínimo, o compromisso de colocar mais de
cinqüenta equipes por ano para chegar ao final da gestão com mais de 400
equipes de PSFs no Município de Porto Alegre. Isso nós vamos, com certeza,
cobrar aqui na Cidade, e, mais do que isso, que exista um projeto e não uma
farsa de projeto como o Governo Municipal mandou na gestão passada, e, como
consequência, a não-concretização da votação desse Projeto nesta Casa. E, no
final do ano, isso é, no final da gestão, acabou-se viabilizando apenas a
renovação do contrato dos agentes comunitários e não a implementação de um
programa específico para a Saúde da Família no Município de Porto Alegre. Então
esse é um dos compromissos que o atual Governo assumiu, e é um dos nossos
deveres, como Vereadores, cobrar profundamente da gestão atual a implementação
desse Projeto de Lei viabilizado e votado aqui pela Câmara.
Em
contrapartida, nós sabemos que a cidade de Porto Alegre é muito grande - um
milhão e 400 mil pessoas -, e é preciso que todas as regiões sejam atendidas
com as demandas na área da Saúde. E nós sabemos que uma das regiões mais
difíceis na área da Saúde é a região leste, pois houve uma briga dos candidatos
da gestão passada sobre a municipalização da Saúde no Murialdo. Naquela região,
ainda existem sete Unidades de Saúde que não foram municipalizadas, e, no final
das contas, próximo do final da eleição, os candidatos se comprometeram a, ao
assumir a gestão deste ano, imediatamente municipalizarem a Saúde da região leste
- coisa que ainda publicamente nós não vimos acontecer. Portanto esse é mais um
dos compromissos importantes que o Governo atual assumiu, e nós cobraremos como
Vereadores a implementação da municipalização em 100% do SUS no Município de
Porto Alegre, viabilizando as mudanças necessárias que o Município precisa.
Todos
sabem que muitos bairros estão desprovidos de atendimento médico, não são só os
bairros Restinga, Lomba do Pinheiro, Regiões Leste, Norte e o Centro, através
do HPS, mas há um conjunto de demandas na área da Saúde.
Pasmem
os senhores: o Secretário da Saúde - do ano passado, da gestão anterior e
reafirmado na atual gestão -, foi convocado oito vezes por esta Casa e, nas
oito vezes, não compareceu. Isso demonstra um desprestígio com relação ao
tratamento dado ao Legislativo, e nós como Câmara de Vereadores temos que
cobrar, com certeza, todos os atos, em todos os momentos, para que esta Casa
seja respeitada pelo Executivo.
Precisamos
fomentar mais inclusão, mais respeito ao Legislativo de Porto Alegre. Não pode
haver, por parte do Executivo, nenhum tratamento desigual, incluindo
Vereadores, Comissões e também as bandeiras de lutas de cada Vereador, de cada
Vereadora desta Casa.
Sabemos
que, recentemente, o Governo Federal priorizou mais de vinte HPSs no Rio Grande
do Sul e contemplou Porto Alegre com mais dois HPSs de 24 horas.
Por
essa e muitas outras razões, nós estamos cobrando, Sr. Presidente, que o
Executivo não só traga a discussão para a Câmara de Vereadores, mas também para
o Conselho Municipal de Saúde, a discussão das prioridades de implementação, de
fato, dos dois HPSs, mais dois, para a cidade de Porto Alegre.
Sabemos
que, na Região Leste, podemos contar com o Hospital Cristo Redentor; na Região
Centro, com o HPS; na Região Sul, existem inúmeras promessas para que o novo
HPS seja no Hospital Parque Belém; e que o Governo Municipal também viabilize,
na Restinga, o hospital que há mais de 6 anos é esperado e não é executado.
Naquela
época, na gestão do PT, houve um acordo com o Hospital Moinhos de Vento para a
implementação de uma nova unidade hospitalar no bairro Restinga, e o Governo
passado, depois de 4 anos, ainda não implementou, definitivamente, esse
hospital.
Por
isso nós estamos cobrando, diuturnamente, aqui nesta Casa, que agora, no final
do ano, com a confirmação de que o Hospital Moinhos de Vento ganhará a
certificado de filantropia, o Legislativo e o Executivo cobrem dessa entidade a
execução de fato, que assuma os seis
postos de saúde da região e concretize a construção do novo hospital da
Restinga.
Vejam
os senhores: temos inúmeras outras demandas como, por exemplo, a Central de
Marcação do Município de Porto Alegre, onde existe uma enorme dificuldade,
porque as Unidades de Saúde e o conjunto da Cidade não estão conseguindo acessar
a Central de Marcação, e, por essa razão, a Central de Marcação hoje não atende
à expectativa da população de Porto Alegre. Se nós pegarmos agora o celular e
ligarmos para a Central de Marcação, nós vamos tentar “n” vezes, muitas vezes,
mas muitas vezes mesmo, e esse telefone estará sempre ocupado. Imaginem os
senhores e as senhoras, imaginem os colegas Vereadores aquele cidadão que está
lá na Unidade de Saúde, que tem o compromisso de acessar a consulta de um
especialista ao cidadão que foi consultar na Unidade de Saúde, jamais ele
conseguirá, a curto prazo, a marcação de consulta para aquele cidadão que
precisa muito marcar a sua cirurgia ou a sua consulta de especialista. Por essa
razão, nós temos que repensar a Saúde da cidade de Porto Alegre. Mais do que
isso, nós temos que conscientizar o atual Governo para que essas promessas
feitas em campanha se concretizem de fato nesta nova gestão, onde o Governo
Municipal não está contribuindo para a execução de programas e de políticas de
inclusão social.
Portanto
eu quero dizer, em nome do PT, da Bancada do PT, da Comissão de Saúde da qual
este Vereador faz parte junto com inúmeros outros colegas, como o Ver.
Todeschini, Presidente este ano, como muitos outros colegas, inclusive médicos
desta Cidade, que nós não podemos manter o nosso voto de reboque simplesmente
porque foi apoiado pelos demais colegas Vereadores do Governo Fogaça. Nós temos
que assumir a nossa responsabilidade como Vereadores.
Por
essa razão, meu nobre colega, Ver. Adeli, nós estamos aqui não só fiscalizando
o serviço, mas assumindo a responsabilidade de denunciar o que não está
acontecendo na Cidade, pois nós somos parte, co-autores da responsabilidade e
queremos fazer nossa parte.
O
Sr. Adeli Sell: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador Oliboni, eu acho de suma
importância tratar do tema da Saúde Pública em Porto Alegre. Há problemas
inclusive de maior gravidade que não estão sendo tratados devidamente, nós
temos o problema do descontrole de zoonoses na Cidade. As vilas não têm atenção
num tratamento importantíssimo, tomadas por pulgas, carrapatos, muitos focos
que nós já temos levado para a Secretaria da Saúde, sem nenhum retorno. Não
bastasse isso, nós tivemos, há duas semanas, a visita aqui do Sindicato Rural que
nos trouxe o problema da sanidade animal, que é um problema de Saúde Pública.
Nós colocamos isso para o Governo e não tivemos retorno até agora. Nós temos
problemas de atendimento nos postos de saúde, permanentemente com filas, e
filas e filas de pessoas que não têm tratamento, principalmente também em
relação ao Governo do Estado. Eu proponho, inclusive, que a Comissão de Saúde,
da qual o senhor faz parte, que V. Exas possam discutir isso também
com a Secretaria Estadual, porque o Dr. Osmar Terra, Secretário Estadual, é o
responsável pelos medicamentos de uso continuado, são fundamentais,
principalmente para transplantados e aquelas doenças crônicas. Muito obrigado.
O
SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Obrigado,
Ver. Adeli, agradeço a sua contribuição, e com certeza, são mais alguns dos
assuntos que o Governo do Estado e do Município deixam muito a desejar no
Município de Porto Alegre.
O
Sr. Carlos Todeschini: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Aldacir
Oliboni, meu colega de Bancada e colega de Comissão na COSMAM. Eu participei,
na última quinta-feira, da reunião do Conselho Municipal de Saúde na qual foram
reveladas coisas, por exemplo, que o Governo Municipal assinou os termos de
municipalização [Termo de Ajustamento de Conduta] do Sistema Murialdo, aqueles
sete postos, sem conhecer os termos da municipalização, e o Governo lá se
lamentava muito pelo que assinou. Coisas assim que a gente viu que
sistematicamente demonstram a total falta de gestão que nós temos na Saúde do
Município. Esse é apenas um episódio que ilustrou a reunião que nós tivemos lá
no Conselho, na última quinta-feira. Obrigado pelo aparte.
O
SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Obrigado,
Ver. Todeschini. Vejam só, o controle social, que é feito pelo Conselho
Municipal de Saúde, não conheceu o projeto que o Governo assumiu, o Governo
Municipal com o Governo do Estado, a idéia da municipalização de Saúde do
Murialdo. Portanto o controle social não foi respeitado, Verª Sofia Cavedon.
A
Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Oliboni, gostaria de deixar uma sugestão para V. Exª e o Ver.
Carlos Todeschini: que o tema do PSF, que é uma luta sua muito forte - acho que
é um problema sério da Cidade -, que se faça uma agenda com o Ministério Público
do Trabalho, o Ministério Público Estadual e Federal para retomada do TAC. O
Governo está devendo há um ano o envio da criação de cargos e realização de
concurso. Eu acho que a nossa tarefa é cobrar, inclusive, que seja restaurado o
respeito ao Ministério Público como instituição, porque é um desrespeito do
Governo em relação a essa instituição.
O
SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Obrigado, Verª Sofia Cavedon. Com certeza, a Verª
Sofia lembra, aqui, aquela idéia de promessa em que a Câmara Municipal iria
votar no ano passado um novo Projeto, implementando e criando definitivamente o
Programa de Saúde da Família, que não foi encaminhado pelo atual Governo.
Por último, quero aqui me solidarizar aos camelôs
que, hoje, viveram um drama ou muitos dramas, de acordo com cada cidadão e
cidadã, lá, na implementação e na inauguração do novo camelódromo. Vejam,
senhores, o Governo Municipal, para os senhores terem uma idéia, criou a
Secretaria da Acessibilidade e Inclusão Social e não possibilitou a
acessibilidade não só dos cidadãos de Porto Alegre, mas também dos camelôs que
têm deficiência. Tamanha ingenuidade, tamanho descaso que o Governo Municipal
faz com relação não só àqueles que não foram sorteados ou contemplados com um
novo local para sobrevivência! O que o Governo vai fazer com aqueles que não
foram contemplados, mas que também são cidadãos de bem e merecem, com respeito,
um espaço para a sua sobrevivência?! Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregôo o
Requerimento, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que requer o desarquivamento do
Processo nº 3313/08 – PLL nº 137/08.
Quero cumprimentar os nossos visitantes, várias
entidades da sociedade civil que nos honram com as suas presenças e, muito
especial aqui, do lado direito, vários trabalhadores do nosso comércio
ambulante. Bem-vindos a nossa Casa. Obrigado pelas presenças. (Palmas.)
A Verª Maria Celeste está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos
assiste e os ambulantes da Cidade que estão hoje, aqui, mais uma vez nesta
Casa, sendo acolhidos por todas as Bancadas, especialmente pela Mesa Diretora.
O tema que a Bancada do Partido dos Trabalhadores escolheu para Comunicação de
Líder no dia de hoje é o Pontal do Estaleiro. Nós vamos estar logo a seguir, no
período da Ordem do Dia, avaliando o Veto que o Prefeito Municipal encaminhou
para esta Casa.
Temos recebido várias manifestações da imprensa,
que estranha a posição da maioria da Bancada do Partido de acompanhar o
Prefeito, mantendo o Veto ao Projeto. Ocorre que toda disputa que fizemos
politicamente nesta Casa e com a sociedade foi em cima de uma legislação
completamente inconstitucional, elaborada a partir do desejo de alguns
Vereadores de um Projeto nesta Casa. Nós sabemos que a Lei nº 470, em vigor na
Cidade, contribui e diz exatamente qual é o destino daquela área pública.
Aliás, era pública; tornou-se particular. Na ocasião – e aqui por vezes eu
tenho ouvido de Vereadores que colocam que o Prefeito Tarso Genro encaminhou
para esta Casa a Lei nº 470, dizendo da importância da revitalização daquele
espaço. Com certeza, e, se verificarmos a legislação, nós vamos ver que ali é
para a construção de edificações extremamente para o uso comercial. Diferente
do que foi apresentado neste Projeto. E, por vezes, eu tenho ouvido falar
também, Ver. João Antonio Dib, que V. Exª fez uma Emenda ao Projeto,
corretamente, transformando aquela área numa área mista. Ocorre que por
manifestação, inclusive no processo – eu resgatei o Processo nº 470 -, e ali eu
constatei que houve uma manifestação, por um ato de diligência de V. Exª, uma
manifestação do Executivo local, dizendo claramente a posição do Prefeito
Tarso, à época, de não transformar aquela área em área residencial e apenas
constar ali o uso da área comercial.
Por vezes nós temos ouvido aqui desta tribuna
manifestações de Lideranças, dizendo da incoerência da Bancada do PT, porque à
época o Prefeito havia mandato para cá um Projeto que previa área mista, o que
não é verdade, o que não esta sendo correto. Na época, a Lei foi aprovada, e
hoje essa área pode ser
usada como área comercial. Essa é a grande discussão. Nós, com certeza,
estaremos discutindo e tirando uma posição unitária de Bancada. A grande
maioria dos Vereadores tem se posicionado pela manutenção do Veto do Prefeito.
E colocamos mais um alerta: o Projeto que vem logo a seguir para ser avaliado,
e vem do Executivo com a proposta de Referendo, é um engodo, porque consta, no
último artigo da Lei que o Prefeito encaminha para esta Casa, a possibilidade
do Referendo, mas, no segundo artigo, traz novamente a possibilidade da
construção de residências naquela área da orla do Guaíba.
Nós
levantamos a possibilidade, sim, de um Referendo, de um plebiscito na época da
discussão. A primeira Bancada desta Casa a se manifestar sobre essa questão foi
a Bancada do Partido dos Trabalhadores. E nós colocávamos claramente a
necessidade de uma consulta popular não apenas sobre a área do Estaleiro, mas
sobre toda a orla do nosso Guaíba.
E
nós queremos mais. Nós queremos fazer esse debate, por exemplo, na Comissão do
Plano Diretor que será instalada ainda hoje. Então deixo aqui a manifestação da
Bancada do Partido dos Trabalhadores, dizendo que somos e seremos coerentes com
a nossa postura. Se, à época, nós fizemos o debate público, votamos contra este
Projeto, que é inconstitucional, hoje nós estaremos levantando essa posição,
mas com certeza vamos manter a nossa coerência, votando pela manutenção do Veto
deste Projeto. Queremos, sim, que a orla do Guaíba seja debatida como um todo.
E não queremos, naquele espaço, espigões, como está no Projeto original. É essa
a intenção e é essa manifestação que vem através do Veto do Sr. Prefeito.
Portanto,
Sr. Presidente, fica aqui a manifestação da Bancada do PT, saudando também os
ambulantes, que estão numa situação bastante difícil no dia de hoje, com a
questão da regulamentação do Camelódromo. Esperamos construir soluções para a
Cidade de Porto Alegre e não problemas, como a questão dos ambulantes, como a
questão da orla do Guaíba. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a manifestação da Bancada do
PT foi intempestiva, incorreta, incoerente e completamente errada. Em 2001, o
Sr. Prefeito Tarso Fernando Herz Genro mandou a esta Casa um Projeto de Lei que
originou a Lei Complementar nº 470; de acordo com essa Lei de S. Exª o Prefeito
Tarso Fernando, era possível fazer residências; e a Emenda deste Vereador,
ouvindo os trabalhadores do Estaleiro Só, fez com que apenas fosse ocupada
comercialmente a área. A Emenda do Ver. João Dib, Verª Maria Celeste, diz que o
uso do espaço deve ser puramente comercial, nega a possibilidade de residência.
Agora o tempo passou - não há inconstitucionalidade em alterar uma lei
existente, isso já foi provado -, a Prefeitura, através dos seus técnicos,
disse que isso era bom, alguns urbanistas da Cidade disseram que era bom, e os
magníficos Vereadores do PT, a Bancada do PT diz que não é bom. Eu até
aguardei, pois talvez eles tivessem algum argumento forte e me fizessem votar
de maneira contrária; não tinham argumento nenhum, não fizeram Referendo, não
fizeram coisa nenhuma para a Lei Complementar nº 470. E, para esta lei que a
Câmara aprovou por 20 votos, e o Prefeito vetou, houve Audiência Pública nesta
Casa, das 19 horas à uma da madrugada, e os moradores da Vila Assunção, do
Cristal, da Tristeza, muitos foram àquela tribuna e se manifestaram
favoravelmente. E agora vem a Bancada do PT, através de sua Liderança, dizer
que o Ver. João Dib, em 2001, fez uma Emenda errada. Não, eu fiz a Emenda, e
hoje sou contrário à própria Emenda, mas ela dizia que o uso deveria ser
comercial somente, não poderia haver residência; isso era o que dizia a Emenda
e isso foi aprovado. Hoje eu tenho posição diferente, porque não sou dono da
verdade e nem sou o único que sabe das coisas nesta Cidade. Portanto eu acho
que foi muito ruim a manifestação da Verª Maria Celeste, como também agora
saúdo a presença dos ambulantes, mas não esqueçamos de que o camelódromo foi
aprovado por unanimidade nesta Casa. Eu não estou lembrado de gente que foi à
tribuna dizer “Não é para fazer o camelódromo!”, e agora estão dando apoio
àqueles que não estão lá. Fica muito bonito, muito agradável, muito simpático,
mas é incoerente, é
incorreto e não deve ser feito assim. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, só para repor em cima da minha fala. Tenho em mãos a Justificativa
da Emenda falada e comentada pelo Ver. João Antonio Dib, de 2001. Na sua
Justificativa da Emenda, ele cita que (Lê.): “O Executivo, em manifestação da
Supervisão de Planejamento Urbano da Secretaria do Planejamento Municipal,
confirma a intenção de vedar a ocupação da área para habitação, comércio
atacadista e indústrias. Assim, a Emenda explicita claramente esta
condição...”. Obrigada, Sr. Presidente. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Vereadora,
V. Exª pode usar depois a Liderança, eu já havia chamado a Ordem do Dia, e é
uma faculdade que os Líderes têm, mas não houve solicitação, portanto peço a
compreensão de Vossa Excelência. Depois da Ordem do Dia, continuam as
Lideranças. Quero informar a V. Exª que não se trata de uma Questão de Ordem,
está registrada, mas não se trata de uma Questão de Ordem.
Havendo
quórum passamos à
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 2486/08 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº
006/08, de autoria do Ver. Alceu Brasinha e outros, que introduz alterações nos
usos permitidos para a Subunidade 3 da Unidade de Estruturação Urbana (UEU)
4036 e dá outras providências.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Bernardino Vendruscolo: pela rejeição do Veto Total.
Observações:
- para
aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77,
§ 4º, da LOM;
- votação
nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- incluído na
Ordem do Dia em 05-02-09.
Na apreciação
do Veto, vota-se o Projeto:
SIM - aprova o
Projeto, rejeita o Veto;
NÃO - rejeita o
Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo
dia: 05-02-09 (quinta-feira).
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 006/08 com Veto Total. (Pausa.) A Verª Sofia Cavedon
está com a palavra para discutir o PLCL nº 006/08 com Veto Total.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, o Veto em discussão foi uma conquista da
sociedade civil da cidade de Porto Alegre, que está aqui representada pelas
entidades do Porto Alegre Vive. Eu quero frisar isso, porque é a esta sociedade
que nós vamos nos reportar nesta votação. Por que eu digo que foi uma
conquista? Porque o Projeto só foi encabeçado pelos Vereadores depois que o
Governo – e o Projeto tramitou durante dois anos no Governo - se omitiu de se
posicionar, não teve uma opinião, não assumiu a sua responsabilidade de gestor,
que é intermediar a execução, a consecução, o respeito à lei, conciliando a
vontade dos empreendedores com a destinação que os cidadãos querem dar à sua
Cidade. Se o Estado abre mão dessa função fundamental de intermediação - a
garantia da aplicação das leis, a intermediação ao diálogo entre a vontade do
empreendedor e os destinos que os cidadãos querem dar à Cidade -, acontece o
que nós vivemos o ano passado. Diante da omissão do Governo, o Projeto nasceu
com vício de origem. E, em função do vício de origem, na Justiça, houve uma
suspensão da votação - depois houve uma reversão -, mas tanto é que houve vício
de origem, que o Veto do Prefeito vem com essa justificativa. Por que eu retomo
e acho fundamental? O Prefeito Fogaça só vetou o Projeto pela comoção na cidade
de Porto Alegre como conseqüência da votação realizada nesta Casa, pela
mobilização que criou, pela indignação e impotência que a Cidade sentiu ao não
ser ouvida e não ser representada nesta Casa, porque as manifestações da Cidade
eram contrárias. Primeiro, por causa do desrespeito à questão da Área de
Preservação Permanente, que é a orla da Cidade, e por causa do desrespeito à
Área de Interesse Cultural, o que a orla é para a Cidade, portanto, deve haver
um cuidado especial, uma preservação; uma indignação com um processo público,
com um leilão público da massa falida que foi realizado em cima de uma regra, e
com a burla que essa lei representa; uma mudança na regra de um leilão público
judicial após a sua consecução, após uma empresa ter sido vencedora é, sim, um
fisiologismo, é um benefício que penaliza possíveis concorrentes, que torna
muito relativa a aplicação de leis e de processos públicos. A lisura daquele
processo da massa falida, o valor da área, na época, a retribuição que os
funcionários receberiam em nome desse valor foram todos burlados por uma lei
posterior, por um ajuste econômico necessário.
A
grita da Cidade, por fim, é no sentido que se encerrava um ciclo fundamental em
Porto Alegre com essa lei, que então é vetada por causa disso. A Cidade vinha
devolvendo o lago aos seus cidadãos. Olhem o processo do Lami, de Belém, de
Ipanema, a nossa orla, a nossa beira sendo recuperada, sendo devolvida, a luta
pelo Socioambiental, que está atrasado, mas que vai recuperar a água, e a
gente, numa área privada, determina moradia, determina uma nova situação para a
orla. Portanto, se esse Veto é resultado da indignação, da comoção, da
denúncia, até da suspeição que foi colocada sobre esta Casa em função de tantos
casuísmos, este Veto tem que ser honrado. Apesar de a gente não escutar que o
Prefeito peça à sua base que mantenha o Veto, apesar de a gente escutar o contrário,
sobre a base dividida, sobre a base liberada, nós queremos honrar este Veto,
porque ele não é um ato isolado do Fogaça, é uma conquista desta Cidade
indignada, lutadora, militante, para que esta Cidade tenha qualidade de vida,
para que tenha o seu Lago devolvido e para que as leis sejam respeitadas neste
País. Por isso nós votaremos pela manutenção do Veto. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Beto Moesch está com a
palavra para discutir o PLCL nº 006/08 com Veto Total.
O
SR. BETO MOESCH: Sr.
Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, ouvindo agora a Verª Sofia Cavedon, me lembrei,
Ver. Dr. Raul, de um episódio dos anos 70 - em 1974, mais precisamente - que
mobilizou a cidade de Porto Alegre como nunca, talvez, em assuntos que digam
respeito ao desenvolvimento econômico numa região. Por pressão da sociedade,
por pressão da opinião pública, um empreendimento que gerava empregos e
impostos - todos assim favoráveis àquele empreendimento argumentavam -, foi
fechada, em pleno milagre econômico, a fábrica de celulose Borregaard.
Em
2008, a Cidade novamente se mobiliza e mostra que algo que gera empregos, que
gera renda não é suficiente para ser implantado numa Cidade, como é o caso do
Pontal do Estaleiro, que nasceu errado, porque nasceu em Regime de Urgência. E
aí eu discordo de V. Exas, Verª Sofia Cavedon e Verª Maria Celeste,
as quais respeito muito, mas nasceu errado com o então Prefeito Tarso Genro,
que apresentou um Projeto em Regime de Urgência, Ver. Toni Proença, sem
Audiência Pública, sem discussão, alterando o regime urbanístico da orla para
apenas um local. Seria como nós mudarmos, Ver. Haroldo de Souza, um quarteirão
em detrimento de um bairro. Alguém aqui concordaria em nós estarmos agora
discutindo a alteração de um quarteirão em detrimento de um bairro? Isso seria
bom para o bairro, sem ouvir os moradores daquele bairro? Foi o que o Prefeito
Tarso Genro fez na época. E por isso votei contra aquele Projeto, porque é uma
anomalia com relação à orla do Guaíba - ou como eu fiz em comparação a um
bairro. Se nós fizermos, e devemos aprimorar, avançar no processo de discussão
e de mudanças para a orla do Guaíba, isso deve ser feito dentro do Plano
Diretor e não casuisticamente dentro de apenas um local.
O Sr. Haroldo de Souza: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu só queria fazer uma pergunta ao nobre Vereador: como é que V.
Exª votou no Projeto Gigante para Sempre?
O SR. BETO MOESCH: Votei a favor do Projeto Gigante para
Sempre, um Projeto com oito Emendas. Não há um prédio na orla dentro do Projeto
Gigante para Sempre. E por isso votei contra o Projeto do Grêmio, porque ele
altera o bairro Azenha em detrimento do próprio bairro Azenha. Se já é um
absurdo 52m de altura, imaginem 72m. O Projeto Gigante para Sempre foi
alterado, e não haverá uso na orla, pelo contrário; o Parque Gigante atual que
impede o acesso público à orla naquela região terá que dar acesso ao público -
e isso foi conquistado através de Emendas apresentas por esta Câmara. Mas
critiquei o Poder Executivo, e continuo achando que o atual Executivo errou ao
apresentar em Regime de Urgência dois Projetos fundamentais.
Mas
nós estamos falando do Pontal do Estaleiro, nós estamos falando da orla. E
espero que esta Casa tenha tido uma lição com relação aos regimes de urgência.
Regime de Urgência, Verª Juliana Brizola - e conversávamos sobre isso na semana
passada -, impede a participação de Vereadores que não são Líderes. Quem não é
Líder não pode apresentar Emenda, tem que pedir autorização para o seu Líder.
Em Regime de Urgência não há o contraditório, porque as Comissões não são
ouvidas, e, no Plenário, não há contraditório. Alguém fala aqui, e poucos vão
poder falar depois. O contraditório se dá nas Comissões, o contraditório se dá nas
Audiências Públicas! São nas Comissões Técnicas Permanentes que nós conversamos
cara a cara com a comunidade! Em respeito à mobilização da sociedade, em
respeito à história desta Cidade: não ao Pontal do Estaleiro da maneira que
está; sim ao Veto. A questão, agora, é política, é social! Sim ao Veto; não ao
Projeto! Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Mauro Zacher está com a
palavra para discutir o PLCL nº 006/08 com Veto Total.
O SR. MAURO ZACHER: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o Projeto Pontal do
Estaleiro que estamos discutindo mais uma vez nesta Casa, a nossa Bancada,
neste momento, fez uma interpretação, um entendimento em relação ao Veto do Sr.
Prefeito. No nosso entendimento, o Prefeito Fogaça entende que este Projeto tem
de ser mais discutido, tem de ir mais adiante naquelas comunidades todas que
fazem parte do entorno do Pontal; tem de permitir que a Cidade realmente possa
escolher o rumo que quer para a sua orla. Nós sabemos que o Pontal é só um
pedaço da nossa orla, trata-se de uma área privada, e nós aqui, no ano passado,
votamos Projetos como do Grêmio e do Inter, muito mais impactantes do que o
Pontal. Neste momento em que o Prefeito Fogaça veta o Projeto e, a pedido de
muitos Vereadores, entre os quais me incluo, encaminha este Projeto para o
Referendo, essa é a possibilidade que nós temos de escutar a população, de fazer com que, neste assunto, em
que talvez tenhamos errado, no ano passado, na sua forma, no seu processo,
possamos este ano acertar e encaminhar o desejo da comunidade.
A
Bancada do PDT adotou a postura de deixar seus Vereadores liberados para
votarem de acordo com a sua consciência, com os seus compromissos, com as suas
convicções. Entretanto o indicativo deste Líder da Bancada é para que os nossos
Vereadores do PDT que fazem parte desta base do Governo acompanhem o Veto do
Prefeito, a decisão do Prefeito, porque é esse o entendimento e essa
interpretação que temos. O Prefeito Fogaça não disse “não” ao Projeto, disse:
“discutam mais, tenham a oportunidade de escutar mais a população, para que
possamos ter um entendimento e um encaminhamento mais adequado e melhor
identificado com a sua comunidade em relação ao Pontal do Estaleiro”. Então é
assim que nós vamos encaminhar, no dia de hoje, em relação à Bancada do PDT,
que tenho o entendimento que votará fechada neste assunto, porque já discutiu,
já deu oportunidade para que nossos companheiros discutissem com as suas
comunidades, para que possamos assim dar um encaminhamento positivo nesse
sentido.
Eu
queria fazer um registro a esta base do Governo da qual eu faço parte, a esta
agremiação com a qual eu também tenho o compromisso, que houve por parte de
alguns setores do Governo uma indecisão muito grande. Isso fez com que a base
achasse ora uma coisa, ora outra. Agora nós temos a oportunidade não de dizer
“não” ao Projeto, mas de dizer “sim” ao Veto neste momento, e que possamos ao
longo deste ano discutir amplamente o Pontal do Estaleiro, entendendo a vontade
da comunidade que quer o encaminhamento para a orla do Guaíba. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Fernanda Melchionna está
com a palavra para discutir o PLCL nº 006/08 com Veto Total.
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, público que nos assiste, sobretudo os que nos
assistem hoje nas galerias, primeiro, eu queria registrar a nossa honra, a
nossa satisfação como Partido de, sem estarmos ainda aqui representados, na
Legislatura passada, fazermos parte da história da mobilização social de Porto
Alegre, junto com os ambientalistas, junto com o Fórum de Entidades em Defesa
da Orla, junto com os estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
para lutar, desde o início da discussão aqui na Câmara, contra este Projeto,
que vai no sentido contrário ao daqueles que defendem um projeto de
desenvolvimento ambiental voltado para resolver os problemas sociais de Porto
Alegre ao mesmo tempo em que preserva o meio ambiente. Naquele momento, nós já
colocávamos, o que até hoje não conseguimos entender, a pressa que esta Casa
teve para discutir e para votar um Projeto tão polêmico, tão caro para a
população de Porto Alegre. Mesma pressa a gente não viu para discutir um tema
que já estava anunciado, o problema dos nossos ambulantes, que estão sendo
atacados, agora, no seu direito de trabalhar, pela Prefeitura Municipal, e que
já estava, desde o ano passado, em vias de se realizar, com o camelódromo; como
o problema dos moradores da Vila Chocolatão, que perderam grande parte dos seus
bens, das suas casas, agora, num incêndio, mas que é um problema de 26 anos;
também o problema do transporte que aumenta todo ano - infelizmente esta Casa
não teve pressa. Lamentavelmente, tiveram pressa para debater um Projeto que
interferia e interfere diretamente na Legislação Municipal, primeiro, pelo
vício de origem - muito bem falado pela nossa colega Sofia Cavedon, que nos
precedeu -, segundo, porque interfere na questão do uso comum da orla,
patrimônio da nossa Cidade, Área de Interesse Cultural, e porque, naquele
momento, foram beneficiados os representantes da especulação imobiliária, os
representantes daqueles que botam o meio ambiente e a Cidade abaixo de seus
lucros vultosos. Quero lamentar que, naquele momento e nas Audiências Públicas
que a gente viu totalmente vinculadas e voltadas para o lado dos especuladores
e dos grandes, tenha sido aprovado por esta Casa um Projeto tão danoso e tão
lamentável para a nossa Cidade; e um terreno tenha sido leiloado por sete
milhões de reais e tenha supervalorizado só numa votação nesta Casa: vocês
sabem que ele valia sete milhões, pelas restrições de construção, e, a partir
da votação, se implementada, ele se valoriza em dez vezes. Dez vezes! O sonho de
qualquer especulador imobiliário, o sonho daqueles que burlam a lei, compram um
terreno a baixo custo e, através de um Projeto votado sorrateiramente, se
autovaloriza dez vezes para os construtores civis, para a especulação
imobiliária. Então eu queria registrar isso de maneira indignada e veemente e
dizer que desde aquele momento atentamos para esse problema. Estivemos junto às
mobilizações sociais, e quero reiterar, porque muitas vezes ouvi comentários
lamentáveis de colegas aqui desta Casa chamando de arruaceiro quem faz
mobilização social. Mobilização social é um direito do povo, é um dever do
povo, e, toda vez que houver mobilização social, quando for de interesse para
todos, o pessoal vai estar junto, podem apostar, não só enquanto Vereadores,
mas também lá junto na rua, junto nas galerias. Contem os ambientalistas e os
estudantes e contem os camelôs também com o nosso apoio. Queria dizer que,
naquele momento, fizemos muita luta, e, a partir disso, pedimos uma audiência
com o Prefeito Fogaça - o Ver. Pedro Ruas, a Dep. Federal Luciana Genro e eu -,
pedindo ao Prefeito uma atitude democrática, para permitir que cada cidadão,
cada cidadã de Porto Alegre pudesse votar e deliberar sobre um tema tão
importante como é o tema da orla do Guaíba. Fruto da mobilização social, é
verdade, da indignação de cada um de nós, esse apelo foi atendido pelo
Prefeito. Queremos evidentemente registrar a nossa opinião de manter o Veto do
Prefeito, pedido por nós e pelos movimentos sociais, de manter este Veto e de,
sobretudo, manter uma consulta popular onde as opiniões vão estar postas, onde
todo mundo vai ter o direito democrático de defender a sua posição e onde cada
cidadão de Porto Alegre vai ter o direito e o dever de votar e decidir um tema
tão importante.
Para
concluir, pois o meu tempo finda, eu acho, como disse no meu outro
pronunciamento, que é um erro discutir um Projeto assim como o Pontal do
Estaleiro antes de discutir o Plano Diretor, que é o que regulamenta, que é o
que rege, que é a regra; querem discutir a exceção, querem discutir a parte,
querem discutir o pequeno, para poder aprovar Projetos com terríveis impactos
ambientais, mas que sobretudo vão beneficiar aqueles que sempre lucraram à
custa da população, à custa do meio ambiente, à custa de todos nós. Contem
conosco na luta, companheiros!
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João Antonio Dib está com
a palavra para discutir o PLCL nº 006/08 com Veto Total.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, de vez em quando, a gente
precisa realmente ficar indignado, e quem tem tempo de Casa não pode cometer
erros crassos, não pode vir à tribuna e dizer que um Projeto foi votado em
Regime de Urgência, e só o Líder pode apresentar Emenda. Não pode fazer isso!
Até porque o Projeto não foi votado em Regime de Urgência; foi votado pelo art.
81 da Lei Orgânica, ou seja, sem parecer, se for o caso. Então não dá para fazer essas
confusões. O mesmo Vereador, como Secretário, disse que era favorável e, mais
do que favorável, apressaria a apreciação do Projeto. Então eu não entendo mais
nada. O que estou fazendo aqui? Dizer que não pode se definir, por um
quarteirão, o regime urbanístico, mas que barbaridade é essa? Eu já vi a Câmara
definir o quarteirão da Rua Caldas Júnior e Rua João Manoel, e o Ver. Pujol
deve ter visto também; não havia regime urbanístico, era uma área funcional, a
Câmara aprovou e, sem nenhum problema, definiu o regime urbanístico. Claro que
a Prefeitura aprovou o regime urbanístico lá no Plano Diretor, veio tudo
certinho. Então não se pode ir à tribuna apenas usar da sua indignação. Olha,
essa indignação, às vezes, é muito equivocada, e acho que não é hora de buscar
os louros, porque não existem. Todos votaram com consciência e apoiados pela
Prefeitura. E, se analisarmos bem o Veto do Prefeito, vai ser aceito o Veto do
Prefeito, sim, e não há base legal no entendimento deste Vereador, e eu não sou
principiante. Não há base legal, porque só pode aprovar por inconstitucional e
inorgâncico ou contrário ao interesse público. Nenhuma dessas duas coisas foi
apontada. Nós modificamos uma lei do Prefeito Tarso Fernando Hertz Genro, nós
podíamos fazer isso, eu não assinei, não fui um dos subscritores do Projeto,
mas a Câmara podia fazer isso, talvez não pudesse legislar, talvez não pudesse
tomar a iniciativa de fazer a lei complementar, mas de modificar uma lei
existente?! Então, se a Câmara não pode fazer isso, é melhor fechar e entregar
a chave para esses que dizem que sabem tudo. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Eu apenas
quero, devido à manifestação da tribuna, fazer um esclarecimento que cabe à
presidência. No art. 110 do Regimento, consta o seguinte (Lê.): “A urgência
altera o regime de tramitação de uma proposição, abreviando-se o processo
legislativo.
§ 1º. Cumpridas as Pautas de discussão preliminar,
o Projeto será encaminhado às Comissões competentes que, em reunião conjunta,
terão o prazo de até cinco dias úteis para parecer. [Portanto Regime de
Urgência se vota com parecer, com o art. 81 não.];
§ 2º. As emendas a Projeto em Regime de Urgência
deverão ser apresentadas no prazo de até vinte e quatro horas após a aprovação
do requerimento [qualquer Vereador pode apresentar Emenda] cabendo, decorrido
este prazo e até a apresentação do Relatório, Emendas de Relator e, na Ordem do
Dia, Emendas de Liderança”. Portanto cabe Emenda de Vereadores em Regime de
Urgência, como também tem parecer.
O
Ver. Airto Ferronato está com a palavra para discutir o PLCL nº 006/08 com Veto
Total.
O
SR. AIRTO FERRONATO: Sr.
Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores da imprensa, nossos ilustres
visitantes, senhoras e senhores, eu acompanho, e a Bancada do PSB assim faz, o
Veto do Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre. Nesse sentido eu voto pela
manutenção do Veto. E acredito, entendo e vejo o nosso Plano Diretor como um
instrumento estratégico, de longo prazo, que precisa estabelecer algumas
diretrizes para cidade de Porto Alegre, não nas questões do dia-a-dia, mas,
sim, em uma visão de futuro, como já falei, de longo prazo.
Martin Luther King dizia que tinha um sonho; eu tenho uma
visão para a orla do Guaíba, e nesse sentido, aqui estou encaminhando uma
Emenda ao Projeto de Revisão do Plano Diretor. Eu quero ver Porto Alegre, no
futuro, com a orla do Guaíba circundada por uma faixa de área verde. (Palmas.)
Eu quero ver Porto Alegre, na orla do Guaíba, à margem dessa área verde,
circundada por uma avenida que comece no Centro de Porto Alegre – a continuação
do que já existe – e termine lá na divisa com o Município de Viamão, no Lami.
Este é o sonho que eu tenho, de o cidadão de Porto Alegre conseguir transitar
por toda a orla do Guaíba e chegar facilmente lá no Lami, lá em Belém Novo, lá
na Restinga.
E
tenho mais um sonho, mais uma visão: Porto Alegre - pelas suas características,
ela muito claramente alcança -, pode ter uma ciclovia. É a minha terceira
proposta para estudo na Emenda que estou apresentando no Plano Diretor, para
que, na verdade, tenhamos na orla do Guaíba um cinturão de área verde; às
margens dessa área verde, uma rodovia, uma avenida, e, às margens dessa
avenida, uma ciclovia.
Nesse
sentido, o nosso Plano Diretor que está na Casa começa a mudar um pouco a sua
direção, ele sai da exclusividade do Centro, da Cidade estruturada, e começa a
pensar na Cidade mais nas suas extremidades. Esta é a minha proposta, de que se
faça um cinturão de rodovia, de ciclovia e de área verde.
Claro
que não estamos propondo nem pregando que se desmanche o que está aí, que se
destruam construções, obras, edifícios e prédios que já estão concluídos.
Temos, sim, algumas exceções para aquilo que já existe.
Agora,
este caminho, esta visão é de futuro, estratégica, de longo prazo, que
beneficia Porto Alegre.
E,
aliás, conheço o Rio de Janeiro, e, na orla da praia, tem área de lazer,
avenida e ciclovia. Em Fortaleza, temos a mesma coisa; e, aqui, em
Florianópolis, também temos. Nós não podemos retalhar as margens do Guaíba!
Para nós, as margens do Guaíba representam um patrimônio do cidadão de Porto
Alegre.
Com
isso, queremos dizer que é, sim, possível que se construa próximo à margem do
Guaíba, desde que se mantenha a área verde, a avenida e a ciclovia. Essa é a
proposta que estou apresentando nesta Câmara como Emenda ao Projeto do Plano
Diretor, e, também, é a proposta que, acredito, pode ser discutida, votada e
aprovada aqui na Câmara. Um abraço. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Sebastião Melo): O Ver.
Beto Moesch está com a palavra para discutir o PLCL nº 006/08 com Veto Total,
por cedência de tempo da Verª Juliana Brizola.
O
SR. BETO MOESCH: Sr.
Presidente; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, em primeiro lugar, isso é básico da democracia:
uma pessoa respeitar a opinião alheia, senão não haveria democracia. O que há
de mais nobre no sistema democrático, Ver. Dr. Raul, é a pluralidade e a
diversidade de opiniões, de atitudes, de maneiras de ver, de maneiras de agir,
culturas diferentes. Portanto, quando nós queremos, Ver. Brasinha, impor, ou
querer dizer que “não, o que eu penso é o que está correto e o que o outro
pensa está errado” é algo inadmissível, e, lamentavelmente, às vezes, se ouve
esse tipo de argumento.
Em
segundo lugar, sempre fui e continuarei sendo contra votações em Regime de
Urgência - só se for necessário urgência. Alguém me responda se há necessidade
de urgência em um assunto como o do Pontal do Estaleiro?! Qual é a urgência
para a Cidade?! A Cidade precisa urgentemente definir aquele empreendimento
como residencial ou não-residencial? Foi saneado por duas Emendas, do Ver. Braz
e do Ver. Garcia, mas, antes das Emendas, um Projeto aumentava em 50% o índice
construtivo, a volumetria - havia urgência para esse aumento do índice
construtivo?!
Portanto
eu, particularmente - e respeito, Ver. Dib, as opiniões contrárias, respeito as
opiniões contrárias! -, entendo que não há por que ser em Regime de Urgência,
pelos argumentos que, mais uma vez, estou trazendo aqui e vários outros, Ver.
Valter Nagelstein. Eu entendo que não cabe a urgência num aspecto como este.
Pode ocorrer urgência, por exemplo, se há uma tragédia na Cidade, e precisamos
suplementar o Orçamento. Aí, há uma urgência.
E
gostaria de dizer o seguinte, Ver. Brasinha: pobre da pessoa que se baseia numa
matéria de jornal. Que ouçam o Vereador, que ouçam o Secretário, que ouçam o
especialista naquele assunto.
Nunca
estive aqui na Câmara como Secretário falando do Pontal do Estaleiro. Nunca!
Nunca! Nunca vi uma matéria de jornal ser tão falada e decantada como esta que
V. Exª mostra. Mas alguns ou não entendem ou não querem entender. Uma coisa é
uma posição de Vereador, que tem condições de alterar leis, de apresentar
Projetos de Lei; outra é a posição do Secretário, que recebe uma demanda em virtude
de uma lei já existente, e cabe a ele ou a ela aplicar melhor ou não aquela
lei, Ver. DJ. Há uma diferença substancial de crachá, de posição, de postura;
uma coisa é ser Executivo, que executa as leis, que deve executar as leis da
melhor forma possível; outra é ser um Parlamentar, Ver. Airto Ferronato, que
pode, se assim entender, lutar para alterar leis, para propor leis. E estou,
portanto, falando não como Secretário, que deixei de ser desde abril; falo como
Vereador, que, em 2001, votou contra o Projeto de Lei do Pontal do Estaleiro. E
não poderia continuar sendo contra, porque está dissociado do Plano Diretor. E
quem diz que o Pontal não pode ser trazido para o Plano Diretor é porque
realmente não quer tratar o Plano Diretor dentro da magnitude necessária que a
sociedade exige. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Luiz Braz está com a
palavra para discutir o PLCL nº 006/08 com Veto Total.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, foi tão
falsa a reação contra a aprovação deste Projeto cujo Veto nós estamos, hoje,
examinando, que as pessoas não tiveram coragem de dizer exatamente o conteúdo
da matéria que nós estávamos discutindo, aqui, neste plenário, e resolveram
passar para a opinião pública que os Vereadores de Porto Alegre estavam
aprovando a possibilidade de se fazer construções na orla da Cidade. E isso,
Ver. Todeschini, foi um crime praticado contra a opinião pública, porque esta,
indefesa, não teve oportunidade de saber a realidade daquilo que estava sendo
votado aqui neste plenário! DJ Cassiá, o que nós votávamos, aqui, era
simplesmente um complemento àquilo que o Prefeito Tarso, em 2001, já colocava
aqui nesta Casa para ser votado. O Prefeito Tarso, com a aquiescência da
Bancada do PT e de todos os Vereadores, menos do Ver. Beto Moesch, quis que
houvesse construções na orla. E nós aprovamos, então, a Lei Complementar nº
470. Ninguém teve coragem, naquela época, de dizer que foi o Prefeito Tarso com
os Vereadores, aqui, deste plenário, que resolveram assumir essa empreitada de
transformar a orla para resolver o problema do Estaleiro Só.
O que nós estávamos votando e votamos naquele dia,
naquela reação fantástica, foi simplesmente a possibilidade de se fazer com que
essas construções na orla pudessem ter destinação mista, tanto comercial como
residencial. Foi isso o que nós votamos! Foi essa a transformação que nós
fizemos naquele Projeto que já tinha sido aprovado, aqui, nesta Casa, por
unanimidade!
E, aí, ouço aqui um discurso vazio, contrário aos
interesses da comunidade, muito sectário, assim como a maioria dos discursos
que eu ouvi contrários a este Projeto, dizendo o seguinte: que, agora, esses
Vereadores são contrários até mesmo, Ver. João Dib, a que se faça um Referendo!
Eles são contrários à população! A população de Porto Alegre não pode mais se
manifestar dizendo o que quer, porque esses Vereadores ligados ao PT e a alguns
outros segmentos, também juntos com o PT, não querem que a população se
manifeste. Eles querem continuar manietando a opinião pública, eles querem
continuar conduzindo a opinião pública a seu bel-prazer. Nós não podemos
admitir, Ver. Sebastião Melo, Presidente desta Casa, que Porto Alegre não se
manifeste com total consciência com relação àquilo que nós estamos fazendo aqui
nesta Casa, com total consciência daquilo que poderá ou não ser a transformação
da orla do Guaíba. E aí eu ouço aqui uma manifestação dizendo: “Não, nós
queremos que seja de toda a orla”. Mas por quê? São donos da vontade de toda
população de Porto Alegre? Eles é que querem dar o caminho para tudo aquilo que
se resolve fazer nos limites desta Cidade? Não podem dar para a população as
condições necessárias para que a população possa se manifestar - sim ou não -
se quer o Pontal do Estaleiro ou não? Essa é a manifestação que nós queremos
ouvir de toda população. E aqueles que dizem que é caro fazer um plebiscito
estão equivocados. Não é tão caro assim, não. Afinal de contas, os interesses
da Cidade estão acima desse preço que a Cidade poderia pagar, com toda certeza,
para que se fizesse um plebiscito.
O que não podemos permitir é que um grupo de
Vereadores queira ser dono da opinião da população de Porto Alegre. Eu até já
ouvi dizer que a população não quer. Vamos saber agora! Através do plebiscito,
vamos saber se a população quer ou não. Mas não vamos continuar manipulando a
opinião pública com discursos vazios; vamos à prática. Vamos perguntar
diretamente à população, através de um plebiscito, se quer ou não aquela
construção, aquele projeto que está sendo proposto para aquela região da orla
do Guaíba. Se não quer, que bom! Os Vereadores de Porto Alegre serão orientados
para que não permitam mais que Projetos como esses possam tramitar aqui na
Casa; mas, se a população quiser, se a população opinar de maneira positiva,
que bom também, os Vereadores serão orientados para que uma seleção possa ser
feita, a fim de que nós possamos realmente ter uma bela orla e uma orla que possa ser acessível a
todos os cidadãos. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Neste
momento, eu solicito ao Sr. José Luís Espíndola, do Cerimonial da Casa, que
proceda à leitura do Termo de Posse do novo Presidente da Casa, Ver. Adeli
Sell, para que este Vereador possa assumir o cargo de Prefeito em exercício, na
Prefeitura Municipal.
E,
para constar, preencheu-se o presente termo que, lido e aceito, será assinado
pelas pessoas presentes.” (Palmas.)
Convidamos
os Srs. Vereadores a assinarem, como testemunhas, o livro de posse.
(Procedem-se
às assinaturas.)
(O
Ver. Adeli Sell assume a presidência da Casa e da Mesa dos trabalhos.)
(Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir o PLCL nº 006/08 com Veto Total.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Ao Ver. Adeli,
Presidente da Câmara recém-empossado, meus cumprimentos; aos Vereadores e
Vereadoras e àqueles que nos assistem, a nossa saudação. Este assunto vem de
muito longe, nossa Bancada vai votar favorável à manutenção do Veto, portanto,
vamos votar em acordo com a posição do Prefeito, mas queremos aqui contestar e
refutar alguns argumentos que foram colocados, de dizer que foi a Bancada do
PT, que foi o Prefeito Tarso Genro que abriu a possibilidade de edificar, de
construir na orla com características habitacionais. Não é verdade isso. E o
que deu abertura para a atual situação do Plano Diretor foi a Emenda do Ver.
João Dib, à época inclusive com claro Parecer contrário da Secretaria de Planejamento
do Município. Portanto Projeto aqui emendado pelo Ver. João Dib, por sua
iniciativa, que trouxe a situação atual existente no Plano Diretor, que veda a
construção na orla. Foi o Projeto de iniciativa do Ver. Brasinha e mais 18
Vereadores que produziu a situação de aprovação do Projeto por 19 votos, ou 20
votos, que, agora, retorna a esta Casa, para que os Vereadores se manifestem a
respeito do Veto Total do Prefeito José Fogaça. E pelo que nós sentimos nas
Bancadas, o Veto vai ser mantido.
Agora, queremos fazer um alerta a todos os
presentes, de forma muito importante: a manutenção do Veto do Prefeito, aqui
pelo Plenário da Câmara, não encerra o jogo. Não encerra, porque o Executivo
enviou para cá um Substitutivo que escancara mais ainda do que o Projeto de
iniciativa do Ver. Alceu Brasinha no que se refere às possibilidades de
construção na orla.
Portanto estejam todos alerta, e muito alerta,
porque o Substitutivo que está aqui, de iniciativa do Sr. Prefeito, é bem pior
do que o Projeto do Ver. Alceu Brasinha. É disso que nós temos de tratar, é
quanto a isso que a Cidade tem de estar alerta! Porque nós vamos votar pela
manutenção do Veto aposto pelo Prefeito, mas isso também não pode significar
que esteja escondido um Projeto Substitutivo, de iniciativa do Executivo, que
abrevia todas as exigências, como o Referendo, por exemplo, que é uma condição
absolutamente importante para a discussão do futuro da Cidade.
Esta é uma questão, assim como uma série de Emendas
restritivas que são retiradas, e o Projeto de iniciativa do Executivo que está
aí, o Substitutivo apresenta essas Emendas de forma a ser bastante permissivo
como, por exemplo, com relação à retirada do Referendo e transformação numa
consulta popular com as lideranças do Orçamento Participativo, apenas
regionais; assim como contemplando índices de ocupação absolutamente altos e
mais um conjunto de Emendas que está no Projeto Substitutivo que está enviado
pela Casa. Então estejam todos atentos, porque, me parece, não vi nenhum
movimento concreto, hoje, na direção de que isso deva entrar com Regime de
Urgência.
O Projeto está aí; e havia alguns Vereadores, aqui, promovendo os interesses, em
Regime de Urgência, desse Substitutivo do Governo, para o qual a Cidade tem que
se atentar, porque essa decisão é muito importante - vamos, sim, concluir, Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell -, e com sua paciência, votar pelo Veto.
Mas
não se encerra aqui a disputa sobre esse espaço, que é uma questão muito
importante e que diz respeito a toda a Cidade.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado,
Ver. Carlos Todeschini.
O
Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir o PLCL nº 006/08 com Veto
Total.
O
SR. ERVINO BESSON: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores,
Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos
acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da TV Câmara, eu queria saudar todos.
Vereadores da oposição, primeiramente, queria me dirigir ao colega que me
antecedeu, Ver. Carlos Todeschini, e dizer-lhe que, em 2001 - para que fique
claro para a população que se encontra nas galerias e nos assiste pelo Canal 16
da TV Câmara - o Prefeito Tarso Genro mandou para esta Casa um Projeto de Lei.
Em
2002, foi votada a Lei nº 470, permitindo a aquisição daquela área do Pontal do
Estaleiro por alguns empresários, por ocasião do terceiro processo licitatório.
O Projeto do Prefeito Tarso Genro, enviado a esta Casa, permitia construções
mistas - prédios comerciais e residenciais -, mas o meu caro colega Ver. João
Antonio Dib fez uma Emenda ao Projeto, retirando a permissão para construção de
prédios residenciais. Quero que fique claro aqui: há uma lei que permite aos
proprietários daquela área construirem, lá, prédios comerciais. É particular
aquela área do Pontal do Estaleiro e não pega toda a orla do Guaíba - é
particular! Estivemos visitando a área - vários Vereadores - com a grande
Presidenta desta Casa, Verª Maria Celeste. Vimos o projeto, e a maioria dos
Vereadores que esteve lá presente gostou do projeto. Quando eu votei
favoravelmente ao Projeto do Pontal do Estaleiro - e sou favorável -, quero que
fique claro aqui que nenhum empreendedor, nenhum empresário entrou no meu
gabinete pedindo voto ou troca por alguma coisa, como foi levantado aqui nesta
Casa. Eu decidi o meu voto quando da visita que fiz ao local, conversando com
grande parte do Secretariado do Governo; participando da Audiência Pública que
foi feita nesta Casa, inclusive, com o Vice-Prefeito desta Cidade, o José
Fortunati; com o Gothe, que também esteve aqui, nesta Casa, numa Audiência,
trazendo o seu conhecimento, fazendo o seu relato a respeito do Pontal do
Estaleiro.
O
que eu estranho é que, há poucos dias, nós votamos aqui os Projetos do Grêmio e
do Inter, cuja magnitude é muito superior à do Pontal do Estaleiro. E não se levantou
a polêmica que está se levantando aqui a respeito do Pontal do Estaleiro. E a
construção do BarraShopping, com quatro torres de 23 metros, foi discutida aqui
nesta Casa? Por que é que a comunidade não se levantou, meus queridos amigos da
Zona Sul de Porto Alegre, naquele momento, para que fosse discutido com a
comunidade? Agora, levanta-se toda essa polêmica com o Pontal do Estaleiro!
Eu
quero dizer aos senhores e às senhoras, com todo o respeito, que eu sou um
defensor da ecologia “desde o berço”! Não fui fabricado! Eu sou ecologista,
defensor do meio ambiente de berço! Quem me conhece sabe disso. E amo esta
Cidade, adoro esta cidade de Porto Alegre, que me recebeu, em 11 de agosto de
1961, de braços abertos, como recebeu muito dos senhores. Portanto amo esta
Cidade, amo o povo desta cidade de Porto Alegre e quero deixar para as outras
gerações uma qualidade de vida para esta Cidade. E dessa qualidade de vida, sem
dúvida nenhuma, também faz parte o Pontal do Estaleiro.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado,
Ver. Ervino.
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Questão de Ordem.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Nobre Vereador-Presidente, gostaria que a Mesa me
esclarecesse, já que tenho algumas dúvidas, se o Projeto sob a égide do art. 81
da Lei Orgânica é igual ou diferente do Projeto votado em Regime de Urgência.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Farei
as verificações e mostrarei a V. Exª em seguida.
O
Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para discutir o PLCL nº 006/08 com Veto
Total.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o que mais me impressiona é a
preocupação da oposição. O Ver. Todeschini está preocupadíssimo com a orla do
Guaíba; parece que vocês não estiveram 16 anos lá, Vereador, 5 mil 844 dias de
poder! Por que vocês não negociaram? Por que vocês não compraram essa área? São
simplesmente 500 metros de orla! Vocês tiveram muito tempo, toda a liberdade de
negociar e não fizeram. E agora vêm dizer aqui que estão preocupadíssimos! Mas
a Cidade tem 72 km de orla! E agora a Verª Sofia Cavedon e o Ver. Todeschini
estão preocupadíssimos, como estão preocupados, Ver. Pancinha! Eu fico pensando
por que estão tão preocupados já que tiveram tanto tempo e não fizeram nada.
Podiam ter comprado, podiam ter negociado, ter trocado essa área, e não o
fizeram. O senhor era Secretário, Ver. Todeschini, por que o senhor não fez? O
senhor não fez e agora bateu a preocupação, Vereador?
Quero
dizer mais ainda: por que eu apresentei este Projeto juntamente com meus
colegas Vereadores, por quê? Porque eu tinha uma avaliação, tinha um Secretário
que eu admirava muito - o admiro até hoje, Ver. Beto Moesch, pelo trabalho -,
que era favorável e dizia que ia acelerar o processo. E agora, Vereador, por
que o senhor mudou seu discurso? Por quê? Como as pessoas mudam rapidamente! Eu
não mudo meu discurso, jamais. Eu sou de um discurso só, é o mesmo que Grêmio e
Inter, sou Grêmio e, sobre o Inter, tudo bem, mas se eu tenho um discurso, uma
linha e uma filosofia, sempre.
Quero
dizer mais: eu fico pensando por que essa preocupação toda? Vereador, por quê?
É tão difícil? Imagine, Ver. Beto Moesch, que, para cada Projeto, para cada
empreendimento com cinco ou seis prédios, nós vamos fazer Referendo,
plebiscito?! Aí, então, não se constrói mais em Porto Alegre! Não querem o
crescimento de Porto Alegre, não querem! Não entendo, porque eu quero o
crescimento de Porto Alegre. Eu estou analisando este Veto do Prefeito Fogaça,
que, a meu ver, deveria ser derrubado, Vereadores Pancinha e Bernardino, porque
a gente tem convicção. Eu votei favoravelmente, o senhor votou favoravelmente,
o Ver. Beto Moesch votou contra - tudo bem, Vereador, o senhor sabe o quanto eu
admiro seu trabalho. Eu costumo dizer que o seu trabalho é tão bom que as
coisas que o senhor implantou continuam andando.
O
Sr. Beto Moesch: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero apenas colocar que, embora
favorável ao Referendo, a idéia não foi minha; foi uma construção, uma idéia
que se colocou para o Sr. Prefeito. A idéia do Referendo não partiu de mim – só
para registrar também essa questão.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado,
Ver. Beto Moesch. Claro, Ver. Nilo
Santos, eu também acho importante a opinião do povo, mas nós estivemos sete
meses discutindo este Projeto nesta Casa, que ficou por dois anos e meio no
Executivo Municipal. Inclusive, este Projeto passou na Secretaria do Ver. Beto
Moesch! Houve todas as oportunidades, Verª Fernanda, para discutirmos e fazermos!
Aí as opiniões mudam rápido, e eu fico perplexo: o que acontece na cabeça de um
cidadão para mudar de idéia?! Ver. Todeschini, o senhor foi um Secretário que
fez tanto pela Cidade também, o senhor tem um belo trabalho. E aí, Vereador?
Não mudou a idéia.
Quero
dizer que, certamente, a gente vai pensar pelo melhor. Estou discutindo com a
minha Bancada do PTB, com o nosso Líder. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Waldir Canal está com a palavra para discutir
o PLCL nº 006/08 com Veto Total.
O
SR. WALDIR CANAL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, venho a esta tribuna falar sobre este Projeto - eu
que sou um dos novos Vereadores desta Casa -, um Projeto extremamente polêmico,
com opiniões favoráveis, contrárias, com argumentos que nos convenceriam a
pender para qualquer um dos lados. Falando como um dos Vereadores novos, não
votei na última votação deste Projeto, mas tive o cuidado de analisar a
mensagem do Prefeito Fogaça, as razões do Veto. Chama a atenção quando ele fala
sobre o forte dissenso gerado na sociedade porto-alegrense no que diz respeito
ao uso da área denominada Pontal. Ele fala da ratificação popular, na forma de
Referendo a ser convocado por este Poder Público. Ora, existem questões
importantes que nós precisamos analisar. O Referendo é uma forma legítima de se
colher a opinião pública sobre um tema tão polêmico como este, mas, em minha
opinião, não resolve a questão por inteiro.
O
empreendedor adquiriu a área por um preço, um preço baixo, para um
empreendimento em que não haveria residências. Se entrar agora uma consulta
popular, e a população ratificar o uso da área residencial, nós também
estaremos dando um ganho de crédito para o empreendedor que adquiriu a área com
a finalidade empresarial e não residencial. São temas que estão aflorando na
discussão. O empreendedor comprou a área para uso empresarial. Estabeleceu-se a
discussão. Se o Referendo ratifica, ele também dá aquilo que as Bancadas, os
políticos estão discutindo: a finalidade não foi atingida. Na hora do leilão
não estava embutida essa discussão. De maneira que a discussão que estamos
vivendo nesta Casa é, do ponto de vista deste Vereador... Já começamos o
mandato com um tema tão polêmico, pois envolve questões ambientais, políticas, mas
o Partido Republicano Brasileiro já tem a sua opinião formada no sentido de
rejeitar o Projeto e aceitar o Veto, para que a população decida, conforme é
vontade do Prefeito, conforme entendemos que seja a melhor saída. Já que não há
entendimento nesta Casa, não há entendimento aparentemente entre os Vereadores,
a população tem o direito de escolher qual o uso dessa área. Essa é a posição
da Bancada do PRB nesta Casa. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O Ver. Reginaldo Pujol
está com a palavra para discutir o PLCL nº 006/08 com Veto Total.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, há cerca de
16 anos subo nesta tribuna para enfrentar a votação de vetos. Tenho ao longo do
tempo sustentado que o veto é um resquício napoleônico do poder do rei, em que
os Parlamentos são submetidos a um reexame pelo Poder Executivo que, de forma
muito cogente, estabelece restrições à validade das suas decisões. No passado,
Ver. Adeli Sell, foi mais grave ainda: eram dois terços que se precisava para
derrubar um veto.
Nesses
últimos anos que por aqui passei, Ver. Valter Nagelstein, Líder do Governo,
como homem de oposição, sistematicamente me opus aos vetos. E hoje, integrando
a base do Governo, deveria, no mínimo, refletir a respeito do meu ato antes de
tomar uma posição. Em verdade, nós estamos diante de um Veto que tem qualificações
as mais diferentes, entre as quais, a de que é um Veto consensual, na medida em
que o Prefeito declara nas suas razões de Veto que ele está vetando uma decisão
da Casa a pedido daqueles que promoveram essa decisão da Casa, ou seja, da
maioria dos integrantes deste Legislativo, e, ao mesmo tempo, se compromete com
a Casa - e cumpre esse compromisso - em ingressar com um Projeto, que já está
tramitando aqui no Legislativo, pelo qual se restabelece a decisão anterior da
Casa com pequeníssimas modificações e com a introdução do Referendo, que já foi
objeto de grandes comentários aqui.
Se
eu venho à tribuna, nesta hora, Sr. Presidente, é porque eu não sou homem de
“ficar em cima do muro”. Aliás, quero dizer, alto e bom som - o que seria
desnecessário, eu poderia me calar sobre isso -, que, se estivesse aqui em
dezembro, quando esta matéria foi votada, Ver. Todeschini, eu votaria a seu
favor. Não estou fugindo de responsabilidade nem “lavando as mãos” sobre o
assunto; eu estou sendo absolutamente coerente com o que tenho feito até agora
e buscando analisar a situação que está colocada: nós estamos diante de um veto
sui generis, objeto de consenso entre a maioria daqueles que, por 20
votos a 14, aprovaram um Projeto de Lei e, depois, diante de circunstâncias, solicitaram
ao Sr. Prefeito Municipal que o vetasse e, ao fazer o Veto, colocasse a
possibilidade do reexame da matéria com a ampla discussão com a comunidade, com
a população desta Cidade.
Estou
de acordo, vou votar a favor do Veto, vou estrear na base governista votando
com o Sr. Prefeito - e certamente votarei com ele outras tantas vezes -,
esperando, Ver. Haroldo, que, nas próximas vezes, as coisas sejam mais claras
do que foram nessa ocasião.
De
qualquer sorte, eu estou aqui claramente dizendo o seguinte: não condeno os que
aprovaram o Projeto anteriormente; pelo contrário, eu os felicito. Em Porto
Alegre, ultimamente, se criam dificuldades para todas as coisas. Acho que este
era um Projeto que tinha tudo para dar certo aqui na cidade de Porto Alegre. Teve
reações, teve dissenso, como se diz nas razões do Veto - e as coisas, na
sociedade democrática, têm que ter os que são a favor e os que são contra.
Parece que os que foram contra tiveram mais felicidade em demonstrar a sua
insatisfação, daí a razão do Veto.
Por
tudo isso, Sr. Presidente, por tudo isso, Sras Vereadoras, por tudo isso, Srs. Vereadores, estou aqui, em
nome do Democratas, dizendo: voto com as razões do Veto, exclusivamente com as
razões do Veto, não pelo monte de coisas que foram ditas aqui na tribuna que
não estão escritas nas razões do Veto. Cada um vota pela razão que quiser. Eu
mantenho o Veto do Sr. Prefeito pelas razões por ele expostas no seu Veto, e
até o vínculo como ele faz com outro Projeto de Lei que tramita na Casa e
iremos enfrentar dentro de muito breve. Era isso, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
Obrigado, Ver. Pujol.
Quero
aproveitar para anunciar a presença dos dirigentes da Associação dos
Comissários de Polícia que visitam esta Casa. Sejam bem-vindos a esta Casa.
O
Ver. Elias Vidal está com a palavra para discutir o PLCL nº 006/08 com Veto
Total.
O
SR. ELIAS VIDAL: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores,
Sras Vereadoras, público que nos assiste pela
televisão ou nas galerias, senhores e senhoras, senhores da imprensa, venho a
esta tribuna com um sentimento de tristeza, de frustração, porque, na
realidade, eu gostaria que esta matéria já houvesse sido resolvida lá no ano
passado. Até acho que estamos atrasados há muitos anos na matéria referente não
só ao Pontal do Estaleiro como a toda a orla do Guaíba.
Este
Vereador vai seguir o Veto do Prefeito por uma razão, porque já trago no bolso
uma Emenda, assinada por alguns Vereadores, para que o Referendo seja realizado
logo em seguida. Se não fosse esse entendimento, eu iria votar na derrubada do
Veto. Vou explicar o motivo: porque os senhores que são pessoas de bem, são
pessoas esclarecidas, é impossível não entenderem que Porto Alegre está
atrasada em muitas áreas, entre elas, a área de turismo, ou só se somos cegos.
Pergunto ao senhor e à senhora: o que temos de bom em Porto Alegre para mostrar ao
turista? Aonde você vai à noite? Diga! Lá no Morro Santa Teresa? Lá, durante o
dia, você é assaltado, e, à noite, o que temos de bom? Aqui, o Gasômetro? Num
domingo você vai ao Brique; em outro domingo, você vai ao Gasômetro, e no
outro, você vai aonde? Vamos pensar com coerência.
Agora, muitos dos senhores fazem turismo fora do
Estado e fora do Brasil; não precisa ir muito longe, vai à Santa Catarina, do
outro lado do rio. E ainda temos a mania de achar que nós, os gaúchos, somos os
melhores, os melhores políticos, os melhores executivos, os melhores
pensadores. Se fôssemos, Porto Alegre teria sido uma Cidade bem melhor do que é,
porque ela tem condições de ser melhor, tem potencial, mas não somos, não!
Sabe, isso é coisa de gaúcho. Eu sou gaúcho, sou de Porto Alegre, nasci aqui e
tenho autoridade para dizer. O que temos de bom aqui? Temos potencial, mas não
desenvolvemos o potencial. É uma vergonha uma orla como essa... Porque orla de
mar é comum no planeta, mas de água doce é rara! Temos aqui uma riqueza muito
rara, e é um lixo. Aí vêm os senhores que governaram por 16 anos esta Cidade e
não fizeram nada em relação à orla do Guaíba... “Ah, mas compraram por 7
milhões de reais, quando valia não sei quantos milhões, e, se fosse assim...”
Por que não compraram, então, por 7 milhões e não apresentaram um projeto
adequado para a Cidade? Porque não tinham. Aí entra a política do atraso, do
zelo sem entendimento, o que é uma ignorância! Há um zelo sem entendimento, que
é um zelo burro, sabe? É como fanatismo de igreja que, muitas vezes, leva o
indivíduo até o suicídio; os terroristas fazem isso, matam-se e vão para o céu
logo em seguida. Isso é um zelo sem entendimento, uma causa burra, onde há
morte de crianças, de pessoas, de fiéis. Na política, isso não é diferente,
talvez atenuado um pouco mais, não traz a morte, mas traz o atraso, atrasam
gerações com relação a emprego. Agora o Pontal do Estaleiro é uma referência. O
que me chama atenção é que os senhores votaram no Projeto do Grêmio e do Inter,
e, do meu ponto de vista, os senhores foram covardes, porque era para votar
contra, mas levaram medo dos torcedores, só pode ser, porque votaram com
facilidade, fizeram uma
“historinha para inglês ver”, “para boi dormir”; apresentaram Emendas, por isso
votaram a favor do Projeto do Grêmio e do Inter. Ah, história! Se vocês fossem
coerentes com o discurso, esses dois Projetos são muito mais impactantes do que
o Pontal do Estaleiro e, no entanto, os senhores votaram, porque tiveram pesos
e medidas diferentes. Então não venham com essa história! Os senhores estão
preocupados sabem com o quê? É com a inveja ao ver os outros fazerem o que
vocês não fizeram; então os outros não podem fazer. Esse é o entendimento que
tenho.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado,
Ver. Elias Vidal.
O
Ver. João Pancinha está com a palavra para discutir o PLCL nº 006/08 com Veto
Total.
O
SR. JOÃO PANCINHA: Sr.
Ver. Adeli Sell, Presidente dos trabalhos; Vereadores, Vereadoras, público que
nos assiste, telespectadores da TVCâmara, parece-me que a questão de hoje não é
especificamente a respeito do Projeto Pontal do Estaleiro, e sim, nós vamos votar
a respeito do Veto do Prefeito ao Projeto remetido por esta Casa para o
Executivo.
Essa
instituição do Referendo - datada da Constituição de 1988 - jamais foi
utilizada como consulta a nossa população de Porto Alegre. Esse Projeto de
2001, que foi apresentado a esta Casa, poderia ter passado, naquela época,
também pelo Referendo, também pelo plebiscito. E nós não podemos usar esta
tribuna para dizer que o Prefeito Fogaça, por pressão popular, colocou o
Referendo no Projeto.
Todos
conhecem a história do Prefeito Fogaça; ele é um democrata, tanto é que, na sua
assunção à Prefeitura, manteve e ampliou o Orçamento Participativo e
implementou a Governança Solidária. Então nós não podemos, neste momento, dizer
que, por pressão, o Prefeito Fogaça cedeu e colocou o Referendo para a
população decidir. Jamais!
Eu
quero deixar bem claro que eu sou favorável ao desenvolvimento de Porto Alegre,
tenho sustentado aqui nesta tribuna, sou favorável ao desenvolvimento com o
respeito ao meio ambiente; então eu sou favorável ao Projeto Pontal do
Estaleiro. Agora, em relação ao Veto, nós não podemos aqui tirar a
possibilidade de a população de Porto Alegre resolver o que quer para a orla
ou, especificamente, para o Pontal do Estaleiro. Então, sou favorável à
manutenção do Veto.
Nós
não podemos dizer que o Prefeito Fogaça cedeu às pressões da comunidade quando
colocou a questão do Referendo. Isso não é verdade; nós não podemos julgar os
atos do Prefeito ou de quem quer que seja. Não podemos tirar essa decisão do
Prefeito. E ele quer ouvir, democraticamente, a população de Porto Alegre a
respeito do Pontal do Estaleiro.
Agradeço,
pedindo que tenhamos sensibilidade, vamos manter o Veto do Sr. Prefeito e
vamos, sim, ouvir a população de Porto Alegre, para saber o que ela quer para o
Pontal do Estaleiro e, depois, para a orla do Guaíba. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Eu
passei o Projeto para o Ver. João Dib, conforme o pedido.
O
Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir o PLCL nº 006/08
com Veto Total.
O
SR. ENGENHEIRO COMASSETTO:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, ouvi, atentamente, as intervenções dos colegas
Vereadores e quero me pautar em três delas: do Ver. João Antonio Dib, do Ver.
Luiz Braz e do Ver. Reginaldo Pujol.
Na
verdade, o que está acontecendo hoje, nesta Casa, a apreciação do Veto, é uma
grande jogada do Prefeito Fogaça, que não assumiu as suas responsabilidades
como Executivo.
Ver.
Valter, a justificativa que o Prefeito mandou para esta Casa, no Veto, é
exatamente a justificativa que o PT protocolou no dia da votação, dizendo o
porquê de não votarmos a matéria - e isso está à disposição de toda a imprensa.
O
que a Verª Margarete Moraes, em dezembro, assinalou, escreveu e disse foi que
este Projeto é classificado como Empreendimento de Impacto de Segundo Nível.
Portanto ele é de responsabilidade, de autoria, do Executivo Municipal.
E
o que o Prefeito Municipal manda para a Casa, no Veto? Exatamente isso: o
Projeto de Revitalização Urbana é um Empreendimento de Impacto Urbano de
Segundo Nível Urbana. Quando nós dizíamos isso, a base do Governo não aceitou
essa discussão, resolveu votar, e o Prefeito Fogaça, que não assumiu a sua
responsabilidade, porque ele se negou a enviar este Projeto, que é de autoria
do Executivo, agora manda um veto para esta Casa com uma “justificativa
envergonhada”. A justificativa do Prefeito Fogaça é uma “justificativa
envergonhada”, assumindo o conteúdo que a oposição, naquele momento, já dizia,
e dizia para o bem da Cidade, não era para simplesmente querer derrotar um
Projeto da base do Governo. A base do Governo estava equivocada, manda o Veto,
e o resultado aqui provavelmente vai ser a aceitação do Veto do Prefeito
Fogaça. Mas o que já iniciou a tramitação na Casa? Agora sim, um Projeto de Lei
do Executivo, que diz o quê? Exatamente o mesmo conteúdo do Projeto que o
Prefeito Fogaça está vetando, exatamente o mesmo conteúdo, que diz que ali pode
ser realizado um Empreendimento de Segundo Nível, porém acrescenta a atividade
habitacional. Exatamente o mesmo.
Portanto
o Projeto que o Prefeito Fogaça manda a esta Casa, Sr. Presidente, nós já
poderíamos dar um codinome a ele: é o “Projeto Envergonhado do Pontal do
Prefeito Fogaça”, e acrescenta aquilo que nós defendíamos aqui, num primeiro
momento, como vários outros Vereadores que votaram contra, inclusive o
Professor Garcia, que não está aqui nesta Casa hoje, que dizia “Faça uma
consulta popular”. Para temas polêmicos, faça-se uma consulta popular, como diz
a Lei Orgânica Municipal.
Portanto
eu quero trazer aqui essa análise, para que este Legislativo possa ser
respeitado, possa ser entendido, possa ser valorizado quando uma parcela fala;
e aí, Ver. Luiz Braz, não é nem uma postura, como o senhor disse aqui nesta
tribuna, Ver. João Antonio Dib, da Bancada do PT, que aponta os processos
quando estão errados e justifica na política, e é rejeitado por unanimidade
pela base do Governo, porque vem de uma base da oposição. No Parlamento, como
alguém disse aqui antes, a democracia, Ver. Beto Moesch, se faz com a
contradição, se faz com os pontos de vista diferentes, e, neste caso, o “Veto
envergonhado” e o “Projeto envergonhado” do Prefeito Fogaça reconhecem que a
oposição estava correta na técnica e na política. Venho aqui fazer esta justificativa,
sim, e dizer que o Projeto que o Prefeito Fogaça envia para esta Casa nada mais
é do que o mesmo Projeto apresentado naquele momento pela sua base, que estava
equivocado, e ele acrescenta agora o Referendo. Portanto não dá para enrolar,
não dá para enganar a Cidade; a base do Governo, Vereador Valter, tem de vir
aqui e dizer: “A oposição tinha razão”. O Prefeito Fogaça está mandando para
esta Casa e para a Cidade um Projeto que se chama “Projeto Pontal 2
Envergonhado”. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Eu gostaria que V. Exª me respondesse a Questão de Ordem que
eu formulei: qual a diferença entre votar um processo sob a égide do artigo nº
81 ou sob o Regime de Urgência, se é que existe diferença, ou se não existe
diferença?
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Eu
tinha entendido, sinceramente, Ver. João Dib, se havia ou não diferença entre
os dois Projetos, por isso eu tomei a liberdade de lhe passar os Projetos. Vou
falar com o Diretor Legislativo e lhe respondo em um minuto.
O
Ver. Nilo Santos está com a palavra para discutir o PLCL nº 006/08 com Veto
Total.
O
SR. NILO SANTOS: Exmo
Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores,
Sras Vereadoras, senhores e senhoras que nos
acompanham nesta tarde; eu não vejo vergonha no retorno deste Projeto, Ver.
Comassetto, até porque houve consenso aqui em apresentarmos essa sugestão ao
Prefeito, para que retornasse, sugerindo o Referendo, então não há vergonha.
Não há vergonha para aqueles que votaram favorável ao Projeto e não há vergonha
para os que votaram contra o Projeto também. Há uma nova discussão aí, o senhor
vai ter a oportunidade de votar sim ou não, se acompanha a manutenção ou não
acompanha a manutenção [do Veto].
O
Sr. Engenheiro Comassetto: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, exatamente, a minha
fala, dizendo que a tese que o Prefeito sustenta no seu Veto é a tese que a
oposição trouxe aqui a esse debate naquele momento, dizendo que a forma, a
iniciativa do Projeto estava equivocada, que era um problema para a Cidade e
para esta Casa aprovar aquele Projeto como foi aqui aprovado. Esta é a razão.
Portanto o senhor reconhece que a tese de oposição, naquele momento, estava
correta. Muito obrigado.
O
SR. NILO SANTOS: O que
não quer dizer que lhe dá direito de ofender os outros Vereadores, quando o
senhor diz: “Projeto Envergonhado 2”. Isso não lhe dá o direito. V. Exª vota
sim ou vota não e deixa os outros votarem conforme a sua cabeça. Apenas isso.
Quero lhe dar apenas um conselho, uma sugestão de um guri. E a nossa
Bancada, Ver. Luiz Braz, está fechada, vai acompanhar a manutenção do Veto. Nós
vamos votar pela manutenção do Veto, a Bancada do Partido Trabalhista
Brasileiro, com o Ver. DJ Cassiá, com Marcello Chiodo, Ver. Tessaro, Ver.
Brasinha, a nossa Bancada está fechando, sim, pela manutenção do Veto, e
aguardamos novos desdobramentos nesse processo todo, porque, na realidade,
assim como eu votei favorável a este Projeto, eu quero dizer que envergonhado
eu não estou, Ver. Comasseto, até porque ninguém pode ficar envergonhado por
ouvir a opinião popular também. Quem vai se envergonhar por ouvir a opinião do
povo? Isso, para mim, vem como um suporte, como um apoio para a nossa opinião
aqui. Eu não vou usar os cinco minutos, queria apenas esclarecer isso. A
Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro vota sim, pela manutenção do Veto
nesta tarde. Muito obrigado, senhoras e senhores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para
discutir o PLCL nº 006/08 com Veto Total.
O SR. MAURO PINHEIRO: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; demais Vereadores, Vereadoras, público que nos
assiste, quero fazer uma pequena retrospectiva, Ver. Brasinha, a respeito do
Pontal do Estaleiro, Lei nº 470/2001, então Prefeito Tarso Genro. O Prefeito
Tarso Genro coloca uma Lei para resolver o problema da sociedade, quando sentiu
o problema com o Estaleiro Só. Nessa Lei, não está prevista a construção de
habitação, como está sendo discutido hoje pela grande parte da base do Governo,
do próprio Governo, que é a área mista. Esse é o grande “X” da questão. Por que
nós somos contrários à construção de residências na orla do Guaíba? Primeiro
lugar, pela estrutura que é necessária para se ter residências. A estrutura é
muito diferenciada quando se vai construir uma área comercial. Essa é uma
grande diferença, a estrutura que é necessária para essas residências. Segundo
lugar, quando temos residências, Ver. Brasinha, poderíamos dizer que estamos
privatizando a orla. Por que privatizando a orla, tendo as residências? Pois,
com residências, V. Exª, Vereador, não vai ir até a orla, parar na frente de
uma residência para tomar o seu chimarrão, para caminhar. A orla fica restrita,
principalmente, àquelas pessoas que estão residindo ali, que é totalmente
contrário ao pensamento do PT, em 2001, que era a construção comercial:
restaurantes, bares, teatros, similares,
para que a população possa participar, caminhar e usar a orla. Esse é o grande
intuito, Ver. Alceu Brasinha.
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro Pinheiro, eu estou
ouvindo com atenção o seu discurso. E pergunto: por que é que não tiveram antes
essa preocupação que V. Exª tem agora? Foram 16 anos, Vereador. Por que é que
não fizeram uma permuta? São 500 metros de orla. Por que é que não negociaram?
O seu Partido era o Governo do Município, tinha o poder na mão, podia fazer,
podia propor para o empreendedor. Por que é que não fizeram? Me explique,
Vereador.
A
Srª Sofia Cavedon: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero só fazer o
contraponto. Na verdade, na época, Ver. Mauro Pinheiro, a Lei foi muito
bem-vinda. Tanto que ajudou e fez com que o leilão desse certo e o empreendedor
comprasse. Foi acordada e votada nesta Casa. Então, não houve necessidade de
outro acordo. Foi um acordo com sucesso, Ver. Alceu Brasinha. Tanto que o
leilão foi a seu final, e foi vendida a área.
O
Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu amigo, Ver. Mauro
Pinheiro, V. Exª sabe que tenho respeito e uma amizade muito grande por Vossa
Excelência. Só quero avisá-lo de que quem mandou o Projeto original para cá,
que incluía residência, foi o Sr. Tarso Genro, do PT. E hoje a área é privada,
Vereador! Foi comprada legalmente, dentro de um leilão público, e é privada.
O
SR. MAURO PINHEIRO: Muito
obrigado pelos apartes. Meu amigo, Ver. Ervino Besson, sou obrigado a discordar
de Vossa Excelência, porque, no Projeto de 2001, na Lei nº 470, não estavam
previstas residências. E a gente pode retomar essa discussão em outro momento,
porque o meu tempo vai acabar.
O
Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador querido, só para
ajudar. Estava previsto, sim. E foi retirada a residência através da Emenda do
nosso querido amigo Ver. João Antonio Dib.
O
SR. MAURO PINHEIRO: Não
é o que está na justificativa que nós temos na Lei nº 470. Mas, eu quero dizer
o seguinte: esta Prefeitura tem tomado medidas buscando sempre a urgência. E
isso me preocupa muito, como aconteceu na inauguração do hipermercado
Carrefour, quinta-feira passada. É um problema muito sério, porque não se tem,
dentro do Plano Diretor, essa discussão, assim como da orla do Guaíba, do
Pontal, dos grandes empreendimentos da Cidade; vários transtornos foram
causados. Teria muito mais para falar sobre esse assunto, mas deixarei para
outra oportunidade pela falta de tempo. Por isso estou com o Plano Diretor
junto ao PT. Nós queremos discutir o planejamento da Cidade, para que não
aconteçam esses atropelos como aconteceu na última quinta-feira, em Porto
Alegre.
A própria Prefeitura declarou que o Carrefour não
poderia ser aberto. Foi aberto de forma atropelada, causando um verdadeiro caos
na Zona Norte de Porto Alegre. Poderia ter sido muito pior se tivesse alguma
necessidade de urgência naquela região. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para
discutir o PLCL nº 006/08 com Veto Total.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, na minha primeira
manifestação oficial na Casa do Povo, quero aqui saudar e louvar o Prefeito
Fogaça, a Liderança do Governo, na pessoa do Ver. Valter Nagelstein, e a Liderança
do meu Partido, na pessoa do Ver. Mauro Zacher. Essa saudação se dá pela
condução que tiveram neste Projeto, neste polêmico Projeto do Pontal do
Estaleiro. Uma construção democrática, correta que respeita o Estado
Democrático de Direito, que é leal, que respeita as nossas representações
individuais, que não constrange os Vereadores, principalmente os novos, com
opiniões divergentes, que é respeitosa, que não é sectária e retrograda a ponto
de fazer com que um dos Vereadores vote diferente de sua consciência para
agradar a maioria do Partido. Em suma, meus parabéns! É um orgulho tê-lo como
fio condutor, Ver. Valter, entre o Executivo e o Legislativo. És, Valter, sem
dúvida, um exemplo não só para esta Casa, mas também para o Estado e o País.
Ver. Mauro Zacher, a cada dia reafirmas, e espero
que à frente deste processo, deste Projeto, sigas reafirmando a nobreza e
altivez que tens e que só observamos nos grandes líderes. Através do
convencimento de idéias, com idoneidade de idéias, como diria Pasqualini, sem
fisiologismos, não mede esforços para esclarecer seus Pares. Num sábado, à
tarde, de fevereiro, pleno verão em Porto Alegre, consegues reunir seus Pares e
chamar-lhes à responsabilidade para a necessidade da reunião. Palavras textuais
suas: “Ver. Thiago, parte do destino de Porto Alegre - estão dizendo - está
dependendo de nós; necessitamos conversar”. E aí aglutina a maioria da Bancada
do seu Partido. Certamente, Ver. Mauro Zacher, isso não é para qualquer um. A
Câmara sai fortalecida disso, o sectarismo e o retrocesso saem prejudicados
nessa demanda, e certamente o Governo Fogaça, o Partido Democrático Trabalhista
e todos os nossos co-irmãos saem fortalecidos. Que bom que o PT está votando
conosco. Um abraço a todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver.
Thiago.
A
Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLCL nº 006/08 com Veto
Total.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nós
estamos neste momento avaliando o Veto Total do Prefeito, e, se verificarmos e
olharmos a justificativa que ele encaminha – alertados já pelo nosso
Vice-Líder, Ver. Comassetto -, ele traz exatamente as considerações e as
questões que nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, à época, o fizemos
neste plenário, construído também com o Fórum de Entidades da Cidade, que
alertava, colocava as seguintes questões: a classificação do Empreendimento de
Impacto de Segundo Nível, o Projeto de Revitalização Urbana do trecho da orla do
Guaíba, denominado Pontal do Estaleiro e dá outras providências... Esta
classificação apontada e aqui vem caracterizada como Veto Total, remete-nos,
sim, neste momento de discussão, a avaliar o equívoco que esta Casa cometeu à
época. Então quando os Vereadores da Bancada do PT vêm aqui e colocam na
discussão do Projeto as considerações que agora são reafirmadas pelo Prefeito,
e quando retornamos a esta tribuna para fazer novamente o alerta para os
Vereadores, nós somos tachados de Vereadores prepotentes. Mas o que dizíamos à
época, Ver. Nilo Santos? Repetíamos exaustivamente e não fomos ouvidos, não
fomos levados em consideração. Ocorre que as razões do Veto, implantadas agora
pelo Prefeito são exatamente as considerações levantadas pela Bancada de
oposição nesta Casa.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maria Celeste, nossa Presidente para
sempre, eu lembro que, na ocasião, quando eu era Secretário de V. Exª, nós
estivemos no local com vários Vereadores, aquela vez, visitando, não é,
Vereadora? E todo o mundo veio com uma idéia muito bonita sobre o
empreendimento que iria acontecer lá. E mais surpreso fiquei quando os colegas
que estiveram lá se posicionaram totalmente contra o empreendimento. Isso, sim.
Obrigada, Vereadora.
A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada, Ver.
Alceu Brasinha, V. Exª foi uma das pessoas que mais participaram das nossas
visitas de fiscalização pela Cidade, fomos convidados para estarmos lá, fomos in
loco verificar e, além disso, fomos nos debruçar sobre o que diz a
legislação sobre essa área. E a Lei nº 470 é muito clara, ela diz que veda para
a habitação naquele local. E o empreendedor, quando foi e fez sua opção de
escolha de compra daquela área, no leilão, ele sabia exatamente que existia uma
legislação que dava conta de ser uma área comercial e não uma área residencial.
Então, naquela época, já havia essa manifestação,
e, quando o Ver. João Antonio Dib faz a Emenda trazendo para aquela área no
sentido de que seja, de fato, uma área residencial, na sua justificativa, ele
coloca a consulta que fez à Secretaria de Planejamento à época. E a Secretaria
de Planejamento, através dos técnicos que lá estavam, do Secretário, à época, e
do Prefeito Municipal, Tarso Genro, reitera a disposição de vedar aquela área
para habitação. E é disso que nós estamos falando.
Então não venham aqui dizer que o Prefeito Tarso, à
época, queria que aquela área fosse para habitação, para residência. Isso não é
verdade! Não é verdade!
E o Ver. João Antonio Dib, cuidadoso como foi, fez
a Emenda para que se clareassem exatamente as condições daquela área, vedando,
então, a parte da área residencial.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Verª Maria Celeste,
lamentavelmente, tenho de dizer que V. Exª está equivocada, pois o Prefeito
referia-se ao Anexo 52, o que permitia residências. Este Vereador, ao
contrário, proibiu residências. E hoje estou entristecido por ter feito isso,
porque técnicos e urbanistas melhores do que eu disseram que seria melhor -
inclusive, o Secretário do Município também disse - que seria melhor haver
residências e comércio.
A
SRA. MARIA CELESTE: Obrigada,
Ver. João Antonio Dib. Então, vou rememorar, trazer novamente a sua
Justificativa aqui, dizendo exatamente a intenção da Supervisão de Planejamento
Urbano da Secretaria de Planejamento - para concluir, Sr. Presidente, com sua
tolerância -, dizendo, na Justificativa, a confirmação da intenção de vedar a
ocupação da área para habitação. Isso está muito claramente expresso. Portanto
o seu cuidado com sua Emenda foi pertinente. Portanto estamos aqui retomando
discussão e, logo a seguir, teremos o novo Projeto, o novo Pontal do Estaleiro,
que trata, exatamente, da mesma questão. O Referendo é apenas uma cortina de fumaça.
Obrigada, Sr. Presidente.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado,
Verª Maria Celeste. Gostaria de responder à questão do Ver. João Antonio Dib: o
art. 81 demanda 45 dias de tempo, além da discussão de Pauta, tem que passar
pela CCJ; Regime de Urgência, passando às Pautas, Reuniões Conjuntas das
Comissões e pode haver votação. Espero ter explicado a V. Exª a respeito da sua
consulta.
O
Ver. Dr. Raul está com a palavra para discutir o PLCL nº 006/08 com Veto Total.
O
SR. DR. RAUL: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, aqueles que nos assistem e
nos dão o prazer da sua presença aqui e na TV Câmara, desde o início, quando
veio a esta Casa este Projeto, procurei me debruçar sobre ele e formar uma convicção
pessoal a respeito. Tanto que, em função do meu trabalho como médico, da minha
vida mais voltada, vamos dizer assim, à parte comunitária, à parte de controle
de endemias, e ao meio ambiente, esses foram fatores que pesaram muito na minha
decisão, naquele momento, em que me posicionei, como continuo, e venho
ratificar a minha posição contrária ao Projeto. Porque eu acredito, e continuo
firmemente nesta posição, que nós precisamos de uma Porto Alegre com boa
qualidade de vida para todos. Eu não vejo como prédios de grandes construções à
beira do Guaíba possam trazer uma qualidade de vida efetiva para a Cidade. Até
porque nós sabemos que essa questão do Pontal do Estaleiro nos remete para uma
discussão muito mais ampla, que não é especificamente um projeto especial
apenas, mas sim, remete para a nossa discussão da orla, no Plano Diretor.
Então, no mesmo dia em que foi votado aqui o Projeto, houve, inclusive, Emenda
no sentido de já trazer algumas facilitações, vamos dizer assim, de construção
para a continuidade da orla do Guaíba. Eu acredito que este Projeto deveria,
efetivamente, ser apreciado junto com a Revisão do nosso Plano Diretor,
acredito que esse seria o melhor caminho. E vejo que nós temos ainda um grande
caminho a perseguir aí. Essa questão do Referendo, da consulta popular,
acredito que tenha vindo, realmente, a somar. Foi a sociedade e não apenas
aqueles Vereadores que foram lá propor a questão para o Prefeito Municipal, em
determinado momento, que pediu uma solução, porque houve um envolvimento muito
grande, como ainda há hoje naquela questão de “o que vamos realmente querer
para a nossa Cidade?” O nosso Prefeito, José Fogaça, teve a grande
sensibilidade, no meu ponto de vista, de bem conduzir esta matéria aqui para a
Câmara Municipal. Ele nos propôs, neste momento, o Veto ao Projeto, Veto este,
acredito, que devamos, se possível, de uma maneira unânime, fazer com que seja
aceito hoje aqui. Acho muito importante, porque isso é uma sinalização para
toda a sociedade. A questão do Referendo deve ter uma continuidade em breve,
porque eu acredito que nós tenhamos possibilidade de fazer o Referendo, para
sinalizar o que nós queremos para o nosso Plano Diretor. Isso vai ser uma
sinalização não só para a orla, mas para toda a condução do nosso Plano Diretor,
que passa não apenas pelas questões de volumetria, de afastamento, de solo, de
orla, mas passa, também, pela questão da regulamentação, da regularização
fundiária na cidade de Porto Alegre.
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Raul, por que não foi
proposto um Referendo sobre o Projeto do Internacional, que é do lado? Por que
não houve Referendo, também, ali para as quatro torres do BarraShopping? O
senhor imagine se, para cada empreendimento, vamos fazer Referendo ou
plebiscito... Não temos condições, Vereador!
O
SR. DR. RAUL: Eu entendo
a sua posição, Vereador, e respeito, só que eu não gostaria de ver um pequeno
Município ali onde hoje nós estamos vendo o Pontal do Estaleiro. O que está
sendo proposto são centenas de moradias naquele local, ainda com a questão
comercial envolvida. Mas nós estamos falando de um número muito grande de
pessoas, de toda uma outra dinâmica da Cidade que ali será conduzida. Nós
sabemos das dificuldades de fiscalização do meio ambiente e precisamos,
realmente, tomar a decisão, enquanto Cidade, do que nós queremos efetivamente
para dar seqüência na qualidade de vida da nossa Cidade. E, para isso, acho
muito justo neste momento que se construa a idéia efetiva do Referendo, a qual acho
que também contempla a matéria.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado,
Ver. Dr. Raul.
Encerrada
a discussão. Em votação o PLCL nº 006/08. (Pausa.) A Verª Sofia Cavedon está
com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº 006/08 com Veto Total.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, encaminho nossa
posição favorável à manutenção do Veto. Primeiro, porque este Veto é, de fato,
não a posição do Prefeito Fogaça, é a posição da sociedade civil da cidade de
Porto Alegre, é a posição de quem está se sentindo atingido na soberania dos
cidadãos, é a posição dos ambientalistas que querem a preservação permanente,
que é de direito e é legislação da área da orla, é a posição de quem quer
preservar a nossa Área de Interesse Cultural. Não é posição do Prefeito Fogaça,
porque ele mandou para esta Casa um Projeto de Lei que é idêntico ao que foi
votado. Um Projeto de Lei que reconstitui a possibilidade de moradia nessa
área, que é de beira de Guaíba. Para nós, não é só aquilo que é orla; orla é
mais do que a área do Estaleiro, mas essa, mais ainda, é área de beira do
Guaíba é área de orla, é área de preservação.
O
Veto do Prefeito é o respeito à cidade de Porto Alegre para que esta Câmara de
Vereadores preserve instrumentos como o Estatuto da Cidade, como a nossa Lei do
Plano Diretor, como a nossa Lei Orgânica. Portanto o nosso posicionamento em
relação ao Veto se estende à impossibilidade de definir para o Estaleiro uma
destinação diferente das demais para a orla da Cidade. A área do Estaleiro tem
que estar subordinada à definição que esta Cidade, Ver. Nagelstein, faz à sua
orla. E até então, na nossa legislação, na vontade popular, é que a orla seja
preservada, que a orla seja restituída à Cidade, seja domínio público, não
tenha construção privada, porque nós sabemos que moradia traz, na seqüência,
uso privado; que a orla não seja objeto de especulação imobiliária, porque é
óbvio que um apartamento na beira do Guaíba tem um valor estratosférico,
portanto, não tem função social. E área pública de preservação cultural, área
de preservação permanente têm uma função social primeira de manutenção da
qualidade de vida das cidades, dos habitantes, de manter a garantia do direito
à paisagem, à fruição da orla, à fruição do nosso lago Guaíba, das nossas
águas. O Socioambiental vem no mesmo sentido que fomos dando à destinação da
orla desta Cidade. Nós sonhamos em voltar a nos banhar e a pescar no Guaíba, e,
para isso, Ver. DJ, nós precisamos de uma orla pública, precisamos que uma
diretriz única para a orla oriente os empreendimentos. Não é possível tratarmos
casuisticamente de uma área, e não é porque é uma área privada, Ver. Ervino,
pois várias outras áreas são privadas, infelizmente, aqui na orla do Guaíba, e
não estamos livres de um clube vender a área e depois exigir também moradia –
por que não? – se nós abrirmos um precedente.
Então,
o nosso voto é para preservar a posição da cidade, que é uma cidade para todos,
que é uma cidade sustentável, que mantém e preserva a memória, a sua história,
Ver. Dib, o seu acesso ao lago. Uma cidade que é moderna é por causa disso.
Porque, ser moderno, não é fazer especulação imobiliária na beira do Guaíba,
isso não é ser moderno; ser moderno é desenvolver moradia e qualidade de vida
para todos na cidade de Porto Alegre. Se o Prefeito Fogaça vetou, no fundo, no
fundo era isso que ele gostaria, só que a pressão econômica, lamentavelmente,
impera sobre as decisões. E, se houve um acordo aqui para respeitar o Veto, mas
votar na urgência, nós não vamos aceitar! Urgência para um Projeto desses é um
escândalo, é um desrespeito para a cidade de Porto Alegre. Vamos passar nas
Comissões e vamos discutir como é que a Cidade vai ser consultada sobre a orla
e não sobre um pedacinho da orla, ou sobre um interesse privado. Obrigada, Ver.
Adeli. Mantemos o Veto com esse compromisso.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº 006/08 com
Veto Total.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, ouvindo a
Verª Sofia, lembrei-me de Martim Luther King. Ele também sonhou um dia, só que
o sonho dele se realizou. O Presidente Barack Hussein Obama assumiu, no dia 20
de janeiro, o Governo dos Estados Unidos; o sonho dele se realizou. Agora, eu
quero ver realizado o sonho da Verª Sofia, qual seja, tomar um banho na praia,
ali na Vila Assunção, ali onde moram os pescadores, na Pedra Redonda, na
Coronel Marcos. Então, não façam essas coisas dessa maneira. Eu não estou
defendendo nada, eu só estou dizendo que a Prefeitura de Porto Alegre, através
de todas as suas Secretarias, que tinham interferência no assunto, disseram que
era para votar sim. Depois, hoje, vetam. Eu e o Ver. Nedel conhecemos muito
bem, e bem demais, o Regimento Interno, nós não fazemos, de jeito nenhum,
confusão, por exemplo, entre o art. 81 e o Regime de Urgência. Nós vamos nos
abster na votação, ainda que a abstenção signifique a mesma coisa que votar não
ao Projeto. O resultado é o mesmo, não faz diferença nenhuma. Atende aos
interesses do Prefeito e da Verª Sofia, que sonha com a praia liberada. Na
verdade, ela sonha com a praia liberada, nós vamos ajudar nesse sonho, porque
nós vamos nos abster na votação. Mas eu gostaria de dizer que hoje a área do
Estaleiro não é pública, é privada, não tem acesso ao público. Se o Projeto
fosse aprovado, que a Prefeitura aprovou, 54% da área seria pública: nós
teríamos marina, avenida, ciclovia, museus, esplanada, praça, nós teríamos
distância do Guaíba, mais do que outras obras estão em relação ao Guaíba. E por
falar em distância do Guaíba, eu gostaria de saber por que o PT teve tanta
preocupação em trocar o nome do rio Guaíba - eu não troquei - para lago Guaíba?
Eu gostaria de saber, tenho curiosidade, porque, sendo lago, 50 metros de mata
ciliar é o suficiente, e, sendo rio, são 500 metros. Quem sabe eles
conseguiriam me explicar a razão, o esforço que fizeram para trocar de rio para
lago. O magnífico rio Guaíba, o cantado rio Guaíba, e o pôr-do-sol do rio
Guaíba não vão mudar. Mas eu gostaria de saber por que mudaram o nome de rio
para lago. Um lago que, num dia de enxurrada, passa, aqui na Usina do
Gasômetro, 15 mil metros cúbicos de água por segundo. Que velocidade! Que lago!
Eu gostaria que eles me explicassem por que todo esse amor ao lago e não ao rio
magnífico que nós fomos acostumados, desde crianças, a ouvir, e, inclusive,
estudamos na nossa Geografia.
Portanto
eu e o Ver. João Carlos Nedel conhecendo perfeitamente o Regimento Interno, mas
desconhecendo a forma maltratada pela Prefeitura que veio neste plenário dizer
que era para aprovar, que, lá na sala da Presidência, foi dizer que era para
aprovar e agora veta. O mesmo Secretário que nos recomendou que aprovasse,
pediu ao Prefeito que vetasse, e nós vamos nos abster. Nós vamos dar condições,
sim, de que o Prefeito tenha o Veto aceito. Mas faremos com inteligência, com
seriedade e com responsabilidade. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº
006/08 com Veto Total.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, todos os
Vereadores desta Casa, e as pessoas que falaram comigo, neste período, desde a
aprovação do Projeto até agora, sabem muito bem que, quando nós, um grupo de
Vereadores, fomos até o Prefeito Fogaça e acertamos com ele a remessa do Veto
com a réplica do Projeto e mais o Referendo, que eu afirmei todas as vezes,
Ver. Valter Nagelstein, V. Exª que é Líder do Governo, que votaria exatamente
dentro daquilo que foi tratado com o Prefeito Fogaça, aceitando o Veto, mas
também acelerando a votação do Projeto, para que nós possamos ter o Referendo.
Parece-me, pelas palavras da Verª Sofia Cavedon, que ela tem medo do Referendo,
que ela tem medo da opinião pública. E eu acredito que a única coisa que nós
não podemos temer é a opinião pública. Eu quero ouvir as pessoas, eu quero
ouvir o povo, e eu só posso fazer isso através do Referendo. Quem votar, Ver.
Mauro Zacher, contra o Referendo está querendo fugir da opinião pública - eu
acho que isso nós não podemos fazer. Eu quero que todos os Vereadores desta
Casa se submetam à opinião pública, e isso nós só poderemos fazer se votarmos a
favor do Projeto que possibilita o Referendo. Afinal de contas houve tanto auê
desde a aprovação deste Projeto, dizendo que a opinião pública era contrária ao
que foi votado aqui, que chegou a hora de nós colocarmos em cheque essa
pseudo-revolta de um pequeno grupo que veio aqui na Câmara dizer que estava
interpretando o pensamento da população de Porto Alegre. Quero ouvir, Ver.
Pujol, se aquele pequeno grupo que esteve aqui está ou não está interpretando a
opinião do povo. Se ele estiver interpretando a opinião do povo, e, se o povo
disser no Referendo que não quer absolutamente nada daquilo que foi votado aqui
na Casa, com toda a certeza, e não poderia ser diferente, todos os Vereadores vão
se curvar à opinião manifestada pelas pessoas. Mas nós queremos, pelo menos,
dar oportunidade para que a opinião pública possa se manifestar, através desse
Referendo. Parece, pelo pronunciamento que eu ouvi aqui da Verª Sofia Cavedon,
que ela tem medo da opinião pública. Aqueles que não votarem favoravelmente a
essa matéria para que o Referendo possa se dar e para que a opinião pública
possa se manifestar a respeito desse assunto estarão fugindo da opinião
pública, estarão temendo aquilo que pensa a nossa Cidade. Eu acho que, num
plebiscito limpo, liso, com as opiniões bem esclarecidas a respeito do que é
uma coisa ou outra, vamos realmente ouvir a opinião pública, Ver. Todeschini,
não apenas com relação a esse pedaço da orla, mas acho que poderíamos, com
relação a essa consulta, até mesmo fazer uma consulta mais ampla - eu topo tudo
-, pois acho que devemos sempre estar prontos para ouvir a opinião pública,
porque nesta Casa temos que ser intérpretes exatamente daquilo que pensa o
cidadão e a cidadã lá fora, para podermos aqui votar de acordo com o que pensa
a nossa população, meu querido amigo Haroldo de Souza. Se não for assim,
estaremos traindo o voto que aqui recebemos. Ver. Dr. Raul, V. Exª que teve uma
posição não-favorável na época da votação do Projeto, tenho certeza absoluta de
que V. Exª não seria avesso a consultarmos a opinião pública para sabermos o
que pensam as pessoas a respeito da possibilidade ou não de se fazer habitações
ali também naquela região. Já que quem determinou a possibilidade de se
construir na orla foi o Projeto do Prefeito Tarso, e não foi realmente o
Prefeito Fogaça, não.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para
encaminhar a votação do PLCL nº 006/08 com Veto Total.
O
SR. NILO SANTOS: Exmo
Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; senhores e senhoras, a nossa Bancada foi
praticamente unânime em votar favoravelmente neste Projeto, assim como é
unânime também em aceitar a manutenção do Veto, exatamente para poder ouvir a
voz do povo, Ver. Luiz Braz. Ver. Luiz Braz, o PTB não tem medo de ouvir a voz
do povo; nós queremos ouvir a voz do povo.
Eu
só quero dar uma sugestão - isso serve para todas as Bancadas -, para darmos
uma olhada antes de qualquer manifestação nas galerias, como tivemos durante a
votação deste Projeto. Como é a situação, Ver. Tessaro, daquelas pessoas que
trabalham com concreto usinado na orla? Há empresas que trabalham com concreto
usinado ali na orla. Será que esse concreto não causa algum tipo de dano, algum tipo de
impacto? Ver. Beto Moesch, que talvez tenha conhecimento, aquelas empresas que
trabalham com concreto usinado na orla do Guaíba, isso causa algum tipo de
problema para a natureza ali? Tem que haver algum impacto. Eu gostaria de ver
algum movimento de ambientalistas, das pessoas que conseguem se movimentar
nesse sentido, para que possamos tratar desse tema aqui também, Ver. Haroldo de
Souza, do concreto usinado, ali as empresas que trabalham.
Fala-se tanto sobre acesso à orla, e eu me recordo
que justificavam tanto que não podíamos aprovar o Projeto, naquela época,
porque a orla é da Cidade. Ali no Beira-Rio mesmo, nós temos acesso à orla, é
só a pessoa ter dinheiro para almoçar ou jantar na churrascaria Montana e terá
acesso à orla. É esse tipo de coisa que nós temos que começar a tratar de uma
forma mais profunda. Não pode ser assim de qualquer jeito. Lá não pode. E
quanto àquelas pessoas que moram, há muitos anos - isso faz 20 e tantos anos,
talvez até mais - praticamente dentro da água, lá na Vila dos Sargentos, em
Ipanema? Essas pessoas que moram lá, Ver. Haroldo de Souza, eu não vejo ninguém
se movimentar! Grupos não se movimentam para isso! Nós não podemos mais aceitar
que sejam realizados, Ver. Pujol, movimentos para uma só determinada área.
Vamos resolver o problema. Concordamos com o PT, concordamos com a Verª Maria
Celeste, neste momento, temos que resolver o problema de toda a orla, mas nós
não podemos perseguir alguém porque comprou uma área e vai faturar. Não é esse
o ponto; o ponto é se nós vamos resolver então todo o problema da orla ou não.
Então, até para acalmar o coração do Ver. Todeschini que ficou alterado ali, eu
quero dizer que a nossa Bancada é pela manutenção do Veto. Nós queremos, com
certeza, ouvir a opinião do povo, e, conforme informações do Ver. Luiz Braz,
parece-me que estão com medo. Nós não temos medo, queremos ouvir a voz do povo,
a opinião do povo. Se o povo resolver que ali não pode ser edificado este
Projeto, a Bancada do PTB aceita; se o povo decidir que ali pode sair Projeto,
a Bancada do PTB aceita. Nós agora estamos pela opinião pública, a nossa
opinião nós já demos, mas queremos ouvir o povo, porque o nosso Partido é
democrático, com certeza.
Muito obrigado, senhoras e senhores.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado,
Vereador.
A
Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL
nº 006/08 com Veto Total.
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, colegas Vereadores, não posso deixar de dizer da tranqüilidade
agora de ouvir as manifestações de alguns Partidos e de algumas lideranças
partidárias defendendo a manutenção do Veto e o interesse de ouvir a opinião
pública, de ouvir a opinião do povo. Acho que é muito salutar que tenham
revisto a sua posição. Lamentavelmente, esses Partidos, durante o ano passado,
não tiveram muito essa preocupação, tanto que encaminharam - como nós já
colocamos -, de maneira apressada, de maneira preocupante a votação do Pontal
do Estaleiro, quando a sociedade clamava por mais discussão, quando a sociedade
clamava pela atenção ao meio ambiente de Porto Alegre, quando a sociedade
clamava para que a Câmara de Vereadores ouvisse as suas manifestações.
Inclusive tive a oportunidade de participar de uma manifestação nesta Casa, uma
manifestação contrária ao Projeto Pontal do Estaleiro, pedindo mais tempo de
debate, pedindo o direito de que se ouvisse a voz do povo, e tivemos o
desprazer de sermos atacados pela segurança da Casa, não sabemos sob qual
orientação. Então acho que é salutar que alguns Partidos tenham revisto sua
posição e que agora estejam na política de manter o Veto do Prefeito. Veto, é
verdade, que é fruto da indignação, que é fruto do movimento social, que é
fruto da luta popular. Foram muito importantes todas essas manifestações que
nós fizemos, durante o ano passado, para garantir essa posição do Prefeito
Fogaça, porque o Projeto encaminhado por ele, o Projeto de Lei Complementar nº
020, de 2008, coloca justamente a possibilidade de se construir habitações
nessa área da orla do Guaíba, pois, para nós, esse fato é preocupante. Porque
nós não podemos dizer que fica garantido o direito de uso comum, não podemos
dizer que a orla continua sendo pública quando se colocam grandes paredões,
quando se colocam grandes condomínios residenciais, em que só terão direito de
ver o pôr-do-sol aqueles que podem pagar vários mil reais para comprar um
apartamento.
Portanto
vim encaminhar, para manter a posição do PSOL que, desde o ano passado, é
contrário ao Projeto Pontal do Estaleiro, manter a nossa posição em relação ao
Veto do Prefeito, sabendo que nós não podemos cair em manobra nenhuma nesse
momento, sabendo da importância da mobilização continuar permanente e presente
nas ruas, sabendo que essa opinião do Prefeito foi uma concessão aos
movimentos, mas sabendo também que nós vamos ter que batalhar; batalhar para
que o Referendo e para que esse mecanismo de discussão pública seja, de fato,
popular, de toda a população de Porto Alegre. Primeiro, para que não haja
nenhum recuo no sentido da consulta popular. Nós queremos que cada cidadão,
cada cidadã, possa debater, possa discutir e possa votar o Projeto. Cada um dos
Vereadores vai poder apresentar a sua opinião: os contrários e os favoráveis
terão tempo, e a população vai opinar e vai votar.
Mas,
também, não podemos cair em nenhum tipo de manobra de urgência, de votar com
urgência este Projeto de consulta popular, nem rebaixar. Primeiro, porque é
fundamental discutir o Projeto dentro do Plano Diretor da Cidade, que terá uma
subcomissão, possivelmente, só para discutir a questão da orla do rio. Portanto
é errado desvincular o Projeto Pontal do Estaleiro do debate do Plano Diretor.
O
Plano Diretor vai planejar, vai fazer a revisão de todas as questões relativas
ao planejamento urbano da Cidade, e, portanto, vai estar incluído o debate
global da orla do Guaíba.
Primeiro,
temos de levar em consideração a questão do Plano Diretor e, em segundo, levar
em consideração o Estatuto da Cidade, que, no seu art. 2º, parágrafo 12, coloca
a necessidade de diretrizes gerais do planejamento urbano a proteção, a
preservação, a recuperação do meio ambiente natural, do patrimônio cultural,
histórico, artístico, paisagístico e arqueológico.
É
fundamental que a gente leve isso em consideração; fundamental que se leve em
consideração a Lei n° 4.771, de âmbito federal, de proteção das áreas nas
orlas; e é fundamental que se leve em consideração a Lei Orgânica do Município.
Este
debate, vir aqui dizer da urgência, e tentar desvincular do debate mais geral
do Plano Diretor, me cheira a manobra, como já cheirou a manobra a audiência do
ano passado, como já cheirou tudo o que a gente leu nos jornais, nas últimas
semanas, do que estava se desenvolvendo na base governista. Ainda bem que se
centralizaram, ainda bem que vão votar pela manutenção do Veto. Queremos
parabenizá-los, mas queremos dizer que vamos ficar atentos, fiscalizadores e
vigilantes, para que essa consulta seja, de fato, democrática, e para que ela
esteja vinculada à legislação mais geral, que rege todo o desenvolvimento de
Porto Alegre. Obrigada. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
Obrigado, Vereadora.
O
Ver. Mauro Zacher está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº
006/08 com Veto Total.
O
SR. MAURO ZACHER: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, volto a esta tribuna para saudar esta Casa,
que, no dia de hoje, mais uma vez, faz um amplo debate em relação aos rumos da
Cidade, em especial de uma área tão especifica, como é o caso da orla do Pontal
do Estaleiro.
Nós,
da Bancada do PDT - e aqui eu falo nos meus colegas, no Tarciso, no Thiago, na
Juliana, no Ervino -, tomamos uma posição, que é a de acompanhar o Veto do
Prefeito, justamente porque entendemos que o Prefeito assim quis. Quis que a
Cidade pudesse ter a oportunidade de debater amplamente e esgotar este assunto.
Talvez
o Referendo não seja possível, e isso tem que ser dito. É bem possível que
tenhamos que buscar uma nova alternativa de consulta popular capaz de dar a
nós, ao Prefeito, à Cidade o rumo para aquela área.
Sem
dúvida, quando votamos o Projeto da Arena do Grêmio, quando votamos o Projeto
do Internacional, em Regime de Urgência, não tivemos a necessidade de fazer um
debate tão aprofundado como estamos fazendo em relação ao Pontal. Mas discutir,
debater, não é guerrear, não é vencermos em cima de derrotar os nossos colegas
que têm posições diferentes. O que estamos fazendo hoje, aqui, é dar o tamanho
que esta Casa tem em decisões tão importantes, como é o caso do Pontal do
Estaleiro.
Eu
fui um dos Vereadores, como muitos desta Casa, que estavam aqui na Legislatura
passada e encaminharam este documento ao Prefeito Fogaça, onde nós solicitamos
o Referendo. E, quando solicitamos o Referendo, da minha parte, foi porque nós
estávamos dando um grande avanço na participação da nossa Cidade, da nossa
comunidade, em relação a um Projeto de tamanho impacto.
O
Referendo tem sido usado por democracias mais desenvolvidas do que a do nosso
País. Esse Referendo, se for possível de se realizar, com certeza, vai marcar a
história da participação popular da nossa Cidade, que é tão conhecida por essa
participação. Se não for possível, buscaremos uma alternativa capaz de dar o
tamanho da discussão que nós estamos travando, hoje, aqui.
Então,
é desta maneira que a Bancada do PDT, mantendo o Veto do Prefeito, não está
dizendo não ao Projeto; nós queremos debater, queremos ampliar esta discussão,
porque sabemos que estamos tratando de uma matéria de muita importância, de
relevância para a Cidade. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para
encaminhar a votação do PLCL nº 006/08 com Veto Total.
O
SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Vereadoras, senhoras e senhores, como dói, Sr.
Presidente, naqueles que são autoritários, naqueles que são intransigentes,
naqueles que são hegemônicos, como dói o estabelecimento do contraditório! Como
dói a possibilidade do diálogo! Como dói a impossibilidade de fazerem, à força,
ou pelo menos no grito, valer as suas idéias! Dói, e essa dor nós sentimos aqui
no plenário desta Câmara.
Nós
tivemos vários adjetivos, nós ouvimos que a posição do Governo, Ver. Pancinha,
Ver. Bernardino, é uma “posição envergonhada”. Mas será que é vergonha nós
consultarmos a população? Para os amantes do totalitarismo e dos regimes
totalitários, é, sim. Para aqueles que se dizem democratas, mas ouvem só as
próprias vozes, as dos seus aliados, dos seus subalternos, é, sim. Eu quero
dizer aos Vereadores da oposição que vergonha só tem quem tem capacidade de
envergonhar-se.
Nós, do Governo, companheiros Vereadores, pela
segunda vez, temos um Projeto que é aprovado pela população de Porto Alegre. O
juízo, companheiros Vereadores, a que nós precisávamos nos submeter,
soberanamente, nós já nos submetemos: foi o juízo da população! Não há nada de
que nós tenhamos de nos envergonhar, muito antes pelo contrário.
O Prefeito Fogaça - e já se disse aqui - tem uma
trajetória de Parlamentar, foi Deputado Estadual, foi Senador da República, é
Prefeito e quebrou um tabu com a sua reeleição; construiu uma aliança plural e,
certamente, deve causar inveja àqueles que não souberam nem sequer manter uma
aliança, porque, quando tiveram uma aliança de Partidos que compunham o seu
espectro de forças, na verdade, quiseram comer os Partidos por dentro. Quiseram
comer os Partidos por dentro! Fizeram sangrar os seus Partidos! Esses próprios
que vêm aqui e querem se valer de movimentos - que têm boa fé, eu tenho certeza
- querem se valer desses movimentos para levar adiante esse discurso farisaico
daqueles que vendem da boca para fora algo diferente daquilo que fazem quando
são Governo. E assim é fácil. Assim é fácil, companheiros, governar! Mais fácil
ainda é fazer oposição irresponsável, descompromissada. Nada, nada, nada que o
Prefeito Fogaça venha a fazer, que tenha feito ou que venha a fazer nos
próximos quatro anos terá o aplauso ou terá o reconhecimento das Bancadas e,
principalmente, da Bancada do PT e do PSOL! Isso é triste! Eu tinha certa
esperança, Ver. Todeschini, de que nós pudéssemos caminhar para a unidade,
dadas essas alianças lá no plano nacional, que os ranços históricos do
Vereador, de V. Exª, pudessem ser superados, mas essa esperança se dissipa. Eu
vejo que não é mais possível.
Nós somos democratas, sim; a história do PMDB, dos
Partidos Trabalhistas e de todos os Partidos que compõem a base do Governo é de
respeito à democracia. É por essa forma que nós vamos, sim - e esta é a posição
do Governo, e que ninguém nos roube esta posição -, nós vamos ouvir a
população, num prazo que a Câmara vai definir. Ouvida a população, nós vamos
fazer os encaminhamentos que Porto Alegre precisa que sejam feitos e para que
nós não venhamos a contaminar as discussões do Plano Diretor. O Plano Diretor é
importante para Porto Alegre; o Plano Diretor vai ser objeto das atenções do
Governo; e nós não vamos aceitar, admitir, nem sequer tolerar que o Plano
Diretor seja contaminado por essa discussões que não compõem a grandeza do
Plano Diretor.
Concluo, Sr. Presidente, realmente, quem é amante
de regime totalitário não pode e não vai jamais reconhecer as virtudes da
democracia; fala como figura de retórica, fala da boca para fora. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em votação
nominal o PLCL nº 006/08. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por 03 votos SIM,
27 votos NÃO e 03 ABSTENÇÕES.
Mantido o Veto.
Requerimento
do Ver. João Carlos Nedel que solicita seja considerado Regime de Urgência o
PLCE nº 020/08. (Lê.): “Solicito que seja atendida a providência abaixo
assinalada, relativamente ao PLCE nº 020/08, que introduz alterações nos usos
permitidos para a subunidade 3 da Unidade de Estruturação Urbana, UEU, 4036 e
dá outras providências”.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, eu havia manifestado a solicitação de agregar à votação do Projeto
Pontal do Estaleiro a Declaração de Voto da Bancada do Partido dos
Trabalhadores.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: E
também a minha Declaração de Voto.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
Perfeito. As duas declarações de voto serão lidas neste momento. (Lê.):
“Declaração de Voto assinada pelos Vereadores João Antonio Dib e João Carlos
Nedel: Votamos Abstenção, ainda que equivalha a votar ‘não’, por entender que o
Executivo conduziu mal, desde o início, as tratativas em torno do Projeto nas
diferentes Secretarias do Município, pois todas haviam aprovado o Projeto.
Saúde e Paz!”
“Declaração
de Voto ao Veto ao Projeto Pontal do Estaleiro, assinada pela Liderança do
Partido dos Trabalhadores: A Bancada do PT vota favoravelmente à manutenção do
Veto ao Projeto Pontal do Estaleiro, pelo fato de o mesmo (Veto) representar
uma conquista das entidades e movimentos sociais, que, assim como a Bancada do
PT, apontaram desde o início da tramitação do referido Projeto as suas
ilegalidades e o malferimento às questões ambientais, urbanísticas e
paisagísticas. A Bancada do PT tem clareza de que o Veto não é posição do
Prefeito, mas uma contingência pela pressão popular. Tanto é que, concomitantemente
ao Veto, o Chefe do Executivo envia um Projeto com os mesmos conteúdos, com a
diferença que o enviado pelo Executivo retira o vício de iniciativa, mas cujo
teor mantém ainda medidas que continuam a ferir e conflitar com o padrão
urbanístico e ambiental para aquela área da orla do Guaíba. A Bancada do PT não
está votando com o Prefeito, mas, coerentemente, tendo votado contra o Projeto,
com os interesses da população desta Cidade, pela manutenção do Veto.” Assinado
pela Líder da Bancada do PT, Verª Maria Celeste.
Em
votação o Requerimento do Ver. João Carlos Nedel que solicita seja considerado
Regime de Urgência o PLCE nº 020/08. (Pausa.)
A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Questão de Ordem.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador-Presidente, eu estava discutindo com minha
Líder, Verª Maria Celeste, que o art. 237 da Lei Orgânica prevê que “dar-se-á
amplo conhecimento à população, através dos meios locais de comunicação,
durante os 90 dias que antecederem sua votação, dos Projetos de Lei, de
iniciativa de qualquer dos Poderes, de cujo cumprimento puder resultar impacto
ambiental negativo”, e fala em audiência pública por solicitação da sociedade
civil. Ao verificar as datas do Projeto de Lei em questão, constata-se que nós
não temos 90 dias para votar a urgência, não estaríamos respeitando o art. 237
da Lei Orgânica votando em Regime de Urgência este Projeto. Inclusive, amplo
conhecimento da população não foi dado até então, porque era final do ano.
Solicito a V. Exª, e nossa Bancada formalizará na forma de ofício, que se
posicione em relação ao art. 237 e consulte a nossa Comissão de Constituição e
Justiça sobre o tema.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, como estamos
tratando de uma matéria que, na verdade, só será positivada se ela passar pelo
Referendo, que significa a opinião pública manifestada logo após a aprovação
aqui desta Casa, eu acredito que este dispositivo que foi solicitado pela Verª
Sofia Cavedon é inócuo, não tem validade, porque a opinião pública será ouvida
após com o Referendo, que vai ser exatamente a substituição que teremos com
relação ao art. 237, solicitado pela Verª Sofia Cavedon.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, contesto o Ver. Luiz Braz no sentido de que precisamos garantir o
debate público anteriormente à lei, inclusive é teor da lei o Referendo, e
inclusive, se há uma preconização da Lei Orgânica, dizendo que em 90 dias, com
ampla divulgação, a população tem que ser informada, para que esse tipo de
Projeto seja votado, o Referendo inclusive é teor que está implícito e deve
estar em discussão com a Cidade, se ela faz ou não faz Referendo sobre aquela
área. E mais: poderemos votar com destaque do Referendo e não ser um Referendo,
ser um outro tipo de consulta. Então, nós não podemos correr esse risco, o de
que a população não seja escutada nos termos da Lei Orgânica.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Perfeito.
Senhoras e senhores Vereadores, como este artigo se refere, de fato, ao
conteúdo exposto pela Vereadora, mas como com relação a este Projeto de Lei, na
verdade, o tema já está em discussão, nós vamos fazer a votação do
Requerimento.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, para manter o Requerimento da Bancada do Partido dos Trabalhadores,
sei que V. Exª já opinou sobre o tema, mas eu quero trazer mais uma discussão
que deve ser pertinente à Comissão de Constituição e Justiça, tendo em vista a
manutenção do Veto e a extinção do Projeto anterior, o novo Projeto não pode se
tratar de um Referendo, pois com relação ao Referendo, trata-se apenas de
matéria já votada nesta Casa. Então, nós reiteramos a necessidade deste
Requerimento para a Comissão de Constituição e Justiça, tendo em vista o objeto
do Projeto que está sendo colocado nesta discussão não existir mais.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): V. Exª faça
por escrito, que nós daremos o devido encaminhamento ao seu Requerimento.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Adeli
Sell, gostaria de insistir com V. Exª que nós estamos formalizando o
Requerimento no sentido da consulta à Comissão de Constituição e Justiça; se V.
Exª encaminha a votação do Requerimento, nós nos sentimos prejudicados, fica
prejudicado o pleito da nossa Bancada.
Então, nós queremos evitar, inclusive, que o
Ministério Público recomende esta Casa a cumprir a Lei Orgânica, porque nós
precisamos cumprir a Lei Orgânica.
Faço um apelo à Bancada governista, Ver. João
Carlos Nedel, pois precisamos dar publicidade a um Projeto com tamanha
envergadura. E um Projeto que implica um Referendo com a Cidade inteira, que
tem custos, que tem uma dimensão importante, portanto, plenamente incluído no
art. 237.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, evidentemente que V. Exª já sabiamente decidiu; o Requerimento
formulado não tem o condão de anular o outro Requerimento já solicitado. Se a
urgência depois vier a ser impugnada por outro meio que não o Requerimento aqui
formulado, tomar-se-ão outras providências,
porque está malformulado este Requerimento, fundamentado no art. 237 do
Regimento, que não diz nada disso, Sr. Presidente. O art. 237 do Regimento diz
que “a exemplo do que ocorre com a Tribuna Popular, quando duas entidades
integrantes do Fórum Municipal apresentarem posições...” E os Vereadores estão
dizendo que eu me equivoquei! Eu estou amparado no Regimento! Até agora falaram
no Regimento.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Não
é este o conteúdo, Vereador. Vou ler o conteúdo de art. 237 da Lei
Orgânica do Município: “Dar-se-á amplo conhecimento à população, através dos
meios de comunicação, durante os 90 dias que antecederem sua votação, dos
Projetos de Lei, de iniciativa de qualquer dos Poderes, de cujo cumprimento
puder resultar impacto ambiental negativo. Parágrafo único - Por solicitação de
qualquer entidade interessada em oferecer opinião ou proposta alternativa, cabe
ao Poder iniciador do Projeto promover audiência pública, nos termos do art.
103, dentro do prazo estabelecido pelo caput”.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o Regimento da Casa diz que o Vereador que
não vota será considerado ausente. Se o Presidente não votou no processo do
Veto Total, portanto, não houve votação, não havia Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Eu
me abstive na votação, estou presidindo o processo.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: O
Presidente vota quando for Veto e vota quando for maioria absoluta. Se o
Presidente não votou, ele não estava no plenário. Não valeu a votação.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Como
estava presidindo, a minha postura foi de abstenção, portanto, registre-se esse
voto.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Não, eu tenho a lista da votação em mãos, e V. Exª não
votou. Se V. Exª não votou, não estava presente, é o que diz o Regimento, ele
lhe dá ausência.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Para
que não haja nenhuma dúvida sobre a questão, eu refaço a votação; vou refazer,
para que não haja dúvidas. Em votação nominal o PLCL nº 006/08 com Veto Total.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por 04 votos SIM,
27 votos NÃO e 03 ABSTENÇÕES. Mantido o Veto.
Solicito
aos Líderes de Bancada que se aproximem da Mesa para tratarmos dos temas que
estavam sendo colocados aqui até o momento. (Pausa.)
Eu
vou colocar em votação o seguinte Requerimento, assinado pela Líder do PT,
Maria Celeste (Lê.): “Solicitamos parecer da Comissão de Constituição e Justiça
quanto ao cumprimento do art. 237, no sentido da votação em Regime de Urgência,
o Projeto Pontal do Estaleiro”. Então, nós vamos votar o Requerimento, e, se
ele for aprovado, haverá reunião da CCJ, conforme já foi acertado com o
Presidente da CCJ, e interrupção da Sessão.
O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, eu pediria que, antes da
votação, V. Exª lesse a nossa Declaração de Voto.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Declaração de Voto do Ver. Pujol, Líder
do DEM (Lê.): “Alterei meu voto, face à inequívoca demonstração do Partido dos
Trabalhadores em contrariar a Consulta Popular”.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador-Presidente,
faço aqui um registro da gravidade do que aconteceu neste momento. O Ver.
Valter Nagelstein fez um acordo entre as Lideranças, deu acordo para reunir a
CCJ e não traduz isso através da sua base na votação. Então, ou esta Casa honra
os acordos, respeita o Presidente quando ele chama as Lideranças, ou nós
estamos brincando de nos relacionar no Parlamento.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Está
registrado, Vereadora.
Em
votação o Requerimento de autoria do Ver. João Carlos Nedel que solicita Regime
de Urgência ao PLCE nº 020/08.
A
Verª Maria Celeste está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento
de autoria do Ver. João Carlos Nedel.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, começamos muito mal com a
Liderança do Governo, muito mal! Nesta Casa, que tem uma história de se
cumprirem acordos, principalmente quando chamados os Líderes pela presidência
dos trabalhos, em votações anteriores, a partir de hoje isso está rompido.
Quero fazer um alerta ao Líder do Governo: não é dessa forma que se constitui
um espaço de respeito e democracia neste plenário!
Segunda
questão: por que a urgência num Projeto que vem eivado de dúvidas? Referendo? É
importante a gente fazer a consulta popular... Aliás, o Partido dos
Trabalhadores que implantou nesta Cidade o Orçamento Participativo não tem medo
de consulta popular sobre tema algum; nunca tivemos, não será agora que
teremos! Não temos! Portanto, alto lá sobre a questão de participação popular,
quem tem autoridade para falar sobre esse tema dentro desta Casa e quem não
tem! É importante que se diga isso e se recoloque.
Agora,
o novo Projeto do Pontal que veio com a proposta de Referendo como “cortina de
fumaça”... porque não se trata mais de Referendo; acabamos de manter o Veto do
Prefeito, não existe mais a lei na cidade de Porto Alegre, e um Referendo é
feito para consultar a população sobre uma lei que existe. Em não existindo
essa lei, não há por que estabelecer o Referendo; tem-se que tratar de uma
outra forma de consulta pública, e isso a Constituição pode balizar.
Terceira
questão importante: se olharmos o Projeto adequadamente, vamos verificar que,
lá no art. 2º, o Prefeito manda para esta Casa a possibilidade de construção de
habitação naquela região. E mais: no anexo 5.2 do Plano Diretor, ele coloca
habitação e habitação para zeladoria. Então, senhoras e senhores, onde está a
coerência do Prefeito, que veta o Projeto anterior na questão residencial e
manda um novo Projeto com o mesmo teor, como uma cortina de fumaça, dizendo que
vai consultar a população?
Mais
uma vez, esta Casa cai em contradição e cai num grave erro, quando não chama a
população para discutir, quando desrespeita a Lei Orgânica. Certamente o
Presidente vai ser novamente notificado pelo Ministério Público, assim como foi
há dois anos, quando não respeitou a Lei Orgânica do Município, no artigo lido
pela nossa Verª Sofia Cavedon, que dizia da necessidade de dar amplo
conhecimento à sociedade sobre um Projeto - aliás o mesmo Projeto, o Projeto do
Estaleiro Só.
Não
estamos cumprindo prazos, não estamos respeitando a Lei Orgânica, não estamos
respeitando o Regimento Interno, e aí, senhoras e senhores, querem votar de
novo, com Regime de Urgência, urgentíssima, um Requerimento? Com que intenção?
De que forma? Quando se levantam as vozes dos Vereadores que têm
responsabilidade com a Cidade, quando se pensa no contraditório, aí querem
falar mais alto, querem gritar. Nós não vamos nos intimidar! E nós vamos
continuar aqui, nesta tribuna, levantando a nossa voz, colocando para a
população o que, de fato, está por trás deste Projeto, que é uma cortina de
fumaça.
O
Referendo que o Prefeito disse que iria fazer, ele o faz neste Projeto, mas
traz embutida novamente a mesma discussão: a possibilidade de habitação naquela
área ali. É disso que se trata.
Eu
quero lamentar aqui que as combinações das Lideranças não mais são cumpridas.
Lamento profundamente, Ver. Valter Nagelstein! Profundamente! Agora, vamos
continuar fazendo o nosso trabalho de oposição nesta Casa, cada vez mais
ligados, pensando junto com a comunidade de Porto Alegre, porque não temos medo
de ouvir a população sobre os mais diversos temas desta Cidade. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Verª
Maria Celeste.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar
a votação do Requerimento de autoria do Ver. João Carlos Nedel.
A SRA. MARIA CELESTE (Requerimento): A Bancada do
Partido dos Trabalhadores está solicitando que seja adiada a discussão deste
Requerimento de Urgência por uma Sessão.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Adeli Sell, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e
senhores, eu acho que o PT, por intermédio dos seus representantes, está aqui,
Ver. Haroldo de Souza, colocando a sua real face. O Partido dos Trabalhadores
tem medo da opinião pública e por isso foge do Referendo como o diabo foge da
cruz, porque sabe muito bem que, se deixar a opinião pública se manifestar
livremente, aquilo que é o discurso hoje do Partido dos Trabalhadores e dos demais
seguidores da sua filosofia, com toda a certeza, vai cair por terra. Se eu
estiver errado e se porventura a opinião pública se manifestar de outra forma,
com toda a certeza eu a seguirei.
Eu daria, Verª Sofia e Verª Celeste, uma sugestão: podermos tornar esse
Referendo algo melhor para todos nós e para toda a Cidade. Por que nós não
fazemos, no Referendo, uma consulta à população - e já que estamos fazendo uma
consulta à população, Verª Fernanda Melchionna -, algo que seja até mais amplo?
Vamos propor, além desse Referendo, que é uma consulta localizada para aquela
região, também uma consulta para as demais áreas que formam a nossa orla do
Guaíba; ou para outras regiões, para a Região Centro. Vamos aproveitar essa
oportunidade e vamos, Ver. Proença, fazer uma ampla consulta - eu acho que
podemos fazer isso. Agora, o que não é correto, o que não é justo, o que não é
democrático é fugir da consulta popular, é fugir da opinião pública, é não
querer a opinião pública, é achar que está acima da opinião pública; eu acho
que isso não está correto. Os discursos que são proferidos aqui por
determinados Partidos e por determinados Vereadores não sintetizam o que pensa
a nossa população; o que pensa a nossa população pode, sim, ser expresso
através de um Referendo, mas que esse Referendo não fique só em uma consulta
isolada com relação àquela região, que é o Pontal do Estaleiro, que nós
possamos propor ao Sr. Prefeito Municipal - para aproveitar a oportunidade de
estarmos consultando a população - que façamos uma consulta ainda mais ampla.
Isso é possível, Ver. Ferronato, porque podemos adendar ao Referendo outras
consultas, Ver. Pujol, que possam realmente orientar esta Casa com relação às
suas futuras posições nas votações que nós teremos aqui. Agora, o que não é
justo é simplesmente alguém dizer “Não, a opinião pública vai só se manifestar
se o Partido dos Trabalhadores assim o quiser, porque eles são maiores do que
tudo, são maiores inclusive do que a própria opinião pública”. Isso não está
correto, isso não é do jogo democrático.
Eu
acredito que isso diminui, em muito, aquilo que se pensa a respeito do
Parlamento.
É
claro que nós estamos aqui numa democracia representativa, estamos
representando segmentos que nos trouxeram para cá, mas, com toda certeza, é do
jogo democrático que possamos consultar toda a população para sabermos se ela
está ou não respaldando as nossas posições nesta Casa.
Acho
que não faz mal para a democracia se fazer uma consulta como essa através do
Referendo, mas não faz mal também, Ver. Valter Nagelstein, podermos até ampliar
essa consulta à população para aproveitar o momento; acho que faria muito bem à
democracia e à Casa do Povo de Porto Alegre. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. João Carlos Nedel.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu gostaria de dizer aos meus Pares da base do Governo que
vamos caminhar, sim, rapidamente, para a votação em Regime de Urgência, mas não
sem antes fazer um esclarecimento, até porque essa informação passada pelos
Vereadores da oposição não é procedente.
Quando nos reunimos aqui, à frente - as Lideranças
-, foi suscitada uma questão legal pelos Vereadores do PT, de que
precisaríamos, de forma imperiosa, submeter à CCJ aquele Requerimento e o
esclarecimento do artigo da Lei Orgânica do Município. De forma democrática, a
Liderança do Governo, este Vereador, na condição de Presidente da CCJ, anuiu.
Mas, logo em seguida, consultando o Presidente da Câmara, a informação foi de
que a Sessão prosseguiria. E o Diretor Legislativo, inclusive, trouxe à luz
precedentes ocorridos nesta Casa, e eu requeri, agora, que fossem feitas cópias
para distribuir a todos os Srs. Vereadores.
Então, na verdade, o que se tentou fazer aqui foi
uma manobra de plenário no sentido de postergar. Vejam bem, estamos caminhando
no sentido daquilo que, inclusive, o Plenário quer, que é a consulta à
população, mas, como disse anteriormente, nada do que nós venhamos a fazer aqui
será suficiente, nada! Mas o propósito não é esse, ora! Vamos deixar de ser
ingênuos!
Então, não há falta de palavra, não há falta de
compromisso, houve, sim, uma manobra, um ato de esperteza política que foi derrotado pelo entendimento de
nós todos, da base do Governo, e agora vamos caminhar, sim, com muita
tranqüilidade, sem tumultos, sem manobras tumultuosas, para a votação do
Requerimento de Urgência. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
Obrigado, Ver. Valter Nagelstein.
Solicito
ao Diretor Legislativo que me passe o Regimento. Por questão suscitada pela
Líder da Bancada do PT, o art. 178 fala o seguinte (Lê.): “A votação poderá ser
adiada, a requerimento de Vereador, aprovado pelo Plenário, por, no máximo,
cinco Sessões Ordinárias consecutivas.
Parágrafo
único: Não cabe adiamento de votação em caso de:
I
- veto;
II
- proposição em Regime de Urgência;
III
- redação final, salvo quando verificado erro formal ou substancial;
IV
– requerimentos;
V
- projeto incluído na Ordem do Dia em renovação de votação”.
Portanto
está dirimida a dúvida. Prejudicado, portanto, o Requerimento.
A
SRA. SOFIA CAVEDON:
Solicito a V. Exª o esclarecimento se requerer o cumprimento da Lei Orgânica
pode ser caracterizado pelo Ver. Nagelstein como uma mera manobra para
postergar a discussão.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
Está anotada a sua questão.
O
Ver. Airto Ferronato está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento de autoria do Ver. João Carlos Nedel.
O
SR. AIRTO FERRONATO: Sr.
Presidente; Srs. Vereadores, senhoras e senhores, eu me posiciono ao lado das
Vereadoras Maria Celeste e Sofia Cavedon.
Na
reunião, pequeníssima reunião, curtíssima reunião que tivemos com a Presidência
da Câmara, nós concordamos em ouvir a Comissão de Finanças; aliás, por uma
proposição do próprio Ver. Valter Nagelstein! Foi assim que eu entendi, e, se
não for assim, peço mil escusas. Mas assim eu compreendi.
Por
outro lado, eu estava ouvindo atentamente o meu amigo Vereador Luiz Braz, que
chegou à tribuna dizendo que quem votar contra o Requerimento de Urgência do
Projeto estaria não-querendo ouvir a opinião pública, não gostaria de sentir e
escutar a voz do povo. Ora, se há três minutos, nós não quisemos escutar a
Comissão de Constituição e Justiça que se dispôs a se reunir agora mesmo, então
que manobra é esta que estaríamos propondo a votar pela não-urgência do
Projeto? Apesar de parecer estar aqui dizendo que seria contra a urgência, eu
não sou. Agora, eu só acredito que é necessário e seria oportuno que se
ouvisse, sim, a Comissão de Constituição e Justiça, porque, na verdade, a
questão é mais jurídica que política. Juridicamente, eu confesso que ando por
fora aí dos últimos acontecimentos, em razão de não ter mandato, isso significa
que não sei como está redigida a questão no nosso Regimento, mas, em termos
políticos, não há nenhum problema votar agora, ou não; em termos jurídicos, eu
acredito que seria importante ouvir, sim, a Comissão de Justiça, para que nós
tivéssemos em condições de votar com o conhecimento da questão jurídica do
Processo. É isso.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, é bom explicar para o Plenário que, no Regime de Urgência, a
Comissão de Constituição e Justiça também estará sendo consultada. Então não
estamos deixando de consultar a Comissão de Constituição e Justiça.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Perfeito.
Devidamente registrado.
A
Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento de autoria do Ver. João Carlos Nedel.
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Primeiro,
Sr. Presidente, eu gostaria de registrar o voto do nosso Partido, todos ouviram
as nossas intervenções aqui neste Plenário atualmente e anterior a nossa
presença política também aqui nesta Casa, com relação ao Pontal e com relação à
necessidade de um mecanismo de consulta popular. Quero reiterar que somos
favoráveis a um Referendo, que tenha espaço para defesa de todas as opiniões
com relação ao Projeto e com relação à orla do nosso Guaíba, entretanto não
consigo entender por que novamente a Câmara peca na questão da pressa. Porque
uma coisa é ser a favor do Referendo; outra coisa é o debate que nós vamos ter
que fazer para garantir que o Referendo seja democrático, para discutir como é
que vão ser os critérios. Todos sabem que a Câmara tem centenas de Projetos
parados na Pauta. Primeiro, eu não consigo entender a pressa e acho que é uma
desqualificação, uma posição baixa e vil vir aqui dizer que os que querem
discutir mais são contra ou a favor de ouvir o povo. Pelo contrário, eu queria
dizer ao meu colega Luiz Braz que não só somos favoráveis a ouvir o povo hoje,
já o éramos no ano passado, quando o Projeto estava sendo discutido nesta Casa,
e, lamentavelmente, os Vereadores daquela Legislatura não cederam à
possibilidade de se ouvir o povo, teve que vir um Veto, teve que ter
mobilização social. Então sem demagogia aqui entre nós, porque todo mundo já
passou por esta Casa, o Projeto passou por aqui, e nós passamos pelas
movimentações populares.
Segundo, eu queria reiterar, sou nova, marinheira
de primeira viagem como Vereadora da Cidade, mas queria lamentar essa questão
dos acordos, das manobras. Eu acho que é muito ruim a gente combinar uma coisa
ali na Mesa Diretora, entre os Líderes dos Partidos, e vir, aqui, no microfone
e fazer outra e depois ir lá votar, sorrateiramente, e fazer outra. Se há um
precedente na Lei Orgânica do Município, eu acho que seria relevante, primeiro,
que se levasse em consideração, porque a Casa, conforme relato, já foi
notificada com relação ao cumprimento desse prazo de 90 dias, em primeiro
lugar; em segundo, sendo o Ver. Valter Nagelstein Presidente da Comissão de
Constituição e Justiça, acho que o mínimo era ter mantido um acordo com as
Lideranças partidárias e ter feito a reunião para, depois, trazer a público.
Então quero registrar, novamente, a nossa posição favorável ao Referendo, mas
também quero registrar que eu acho que esta discussão tem que ser bem
democrática, bem construída, as regras não podem ser votadas na quinta-feira
já, como querem alguns Vereadores. Não consigo entender a pressa, talvez seja a
mesma pressa lá na votação primeira do Pontal, daqueles que não estão aqui
nesta Casa, daqueles do Sinduscom, que rolavam aqui no plenário, discutindo com
alguns Vereadores.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigada, Verª
Fernanda. Posteriormente, faremos a posse do Ver. Paulo Marques, substituindo o
Ver. Sebastião Melo.
Em votação nominal,
solicitada por este Presidente, o Requerimento de autoria do Ver. João Carlos
Nedel. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO o
Requerimento por 23 votos SIM e 09 votos NÃO.
O Ver. Paulo Marques assumirá no lugar do Ver.
Sebastião Melo. Solicito ao Ver. Paulo Marques que entregue seu Diploma e a
Declaração de Bens a esta Mesa.
(Procede-se à entrega do Diploma e da Declaração de
Bens)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Solicito que
os presentes, em pé, ouçam o compromisso que o Ver. Paulo Marques prestará a
seguir.
O SR. PAULO MARQUES: (Lê.):
“Prometo cumprir a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, defender a
autonomia municipal, exercer com honra, lealdade e dedicação o mandado que me
foi conferido pelo povo.” (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Declaro empossado o Suplente Ver. Paulo Marques. O nome de V. Exª já está
aqui consignado, Paulo Marques, V. Exª integrará a Comissão de Defesa do
Consumidor e Diretos Humanos e Segurança Urbana – CEDECONDH, entre os dias 9 e
10 de fevereiro.
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem
aparte)
REQ. Nº
011/09 – (Proc. Nº 0211/09 – Ver. João Pancinha) – requer a
realização de Sessão Solene, no dia 07 de abril, às 19 horas, destinada a
assinalar o transcurso do Centenário do Sport Club Internacional de Porto
Alegre. (Incluído em 05-02-09.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em
votação o Requerimento nº 011/09, de autoria do Ver. João Pancinha. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Solicito
ao Ver. Toni Proença que assuma a presidência dos trabalhos, pois este
Vereador, como autor do Requerimento nº 001/09, próximo Requerimento a ser
votado, estará impossibilitado de presidir os trabalhos.
(O
Ver. Toni Proença assume a presidência dos trabalhos.)
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem
aparte)
REQ. Nº
001/09 – (Proc. Nº 0039/09 – Ver. Adeli Sell) – requer seja o
período de Comunicações do dia 28 de maio destinado a assinalar o transcurso do
30º aniversário de refundação da União Nacional dos Estudantes (UNE). (Incluído
em 09-02-09.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Em
votação o Requerimento nº 001/09, de autoria do Ver. Adeli Sell. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O Ver. João Antonio Dib está convocando os membros
da Comissão Especial do Plano Diretor para reunião, na sala 301.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Isso quer
dizer que encerrou a Sessão?
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença):
Não, não encerrou.
Solicito
ao Ver. Adeli Sell que reassuma a presidência dos trabalhos.
(O
Ver. Adeli Sell reassume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Como
assim? Mas, se há uma Comissão Especial para trabalhar no mesmo horário do
Plenário, então existe um problema.
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA (Questão de Ordem): É uma Questão de Ordem, Ver. Adeli...
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Logo
depois de encerrados os trabalhos aqui, os Vereadores poderão participar da
reunião convocada. O Ver. Paulo Marques tem o seu tempo regimental, porque nós
estamos encerrando o período de votações neste momento e teremos ainda o
período de Comunicações e de Pauta. A Sessão não terminou.
O
Ver. Paulo Marques está com a palavra.
O SR. PAULO MARQUES: Saudando o
Presidente da Mesa Diretora, saúdo todos os Vereadores presentes neste
plenário.
Da tribuna desta Casa, que é a verdadeira
representação da democracia e da pluralidade, já falaram homens e mulheres que
fizeram história na vida pública do Município, do Estado e do País. Essa
constatação aumenta a carga de responsabilidade de quem assume a edilidade na
Capital do Rio Grande do Sul.
Bacharel em Direito, idealista e visionário,
iniciamos nossa vida política em 1982, e, desde então, passamos a freqüentar a
sede do PMDB; em seguida, já estávamos na luta diária, atuando no movimento
estudantil e exercendo diversos cargos no comando partidário. Em nossa bagagem,
uma história de 25 anos de vida política nos acompanha.
Ao lado de José Fogaça, homem de notória vida
pública, cuja carreira acompanhamos desde 1984, tive a oportunidade de
presenciar a força de um Governo empreendedor e desenvolvimentista consagrado
nas urnas.
Assim, chegamos à Câmara de Vereadores com a
responsabilidade de honrar minha família e familiares, meu esteio de onde
alicerço todas as minhas lutas. Neste momento o sentimento que se faz presente
é o de vitória. Mesmo sendo uma rápida passagem, esperamos responder à altura
daqueles que nos delegaram o poder de representá-los. A construção de um novo
momento em nossas vidas passa por um aprendizado. Nesse sentido contamos com o
apoio de nossa Bancada e a compreensão de nossos Pares, sendo assim dignos dos
votos que recebemos. Estamos à disposição para alianças que lutem por menos
impostos, incentivos à criação de novas vagas no mercado de trabalho, o
desenvolvimento de mecanismos que coíbam o abandono social, a discriminação de
toda ordem, enfim, estamos à disposição para todas as lutas que busquem dias
melhores para a nossa gente.
A todos que estiveram conosco nesta caminhada e
neste sonho que se realiza, nosso profundo agradecimento pelo carinho, pelo
respeito e pela confiança depositada. Por fim, peço vênia para fazer um
agradecimento necessário, saudando meus pais, o Sr. Florisbaldo e a Srª Dorila.
No pai, temos o exemplo de honestidade e de decência, para nunca nos
envergonharmos. Da mãe, tiramos a força, a determinação, a garra e a fé para
todas as lutas dessa existência.
Que o Pai Maior nos abençoe nesta empreitada. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver.
Paulo Marques. Solicito que o Ver. Toni Proença, 2º Vice-Presidente desta Casa,
reassuma novamente a presidência dos trabalhos.
(O Ver. Toni Proença reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Passamos às
O Ver. Adeli Sell está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Carlos Todeschini.
O SR. ADELI SELL: Prezado Ver.
Toni Proença, colegas Vereadores e Vereadoras, vou aproveitar este período de
Comunicações para voltar ao tema que tratei na quinta-feira passada sobre a
cidade de Porto Alegre. Afinal, nós somos Vereadores da Cidade e temos que por
ela zelar.
Eu queria chamar a atenção dos membros da base do
Governo do Prefeito Municipal para a triste situação das calçadas no Centro de
Porto Alegre. As calçadas estão quebradas e não há fiscalização.
Eu queria fazer um apelo ao Líder do PTB, que trata
esta questão com o nosso colega, Ver. Maurício Dziedricki, que assumiu a
titularidade da SMOV, para que o Secretário Maurício possa acionar,
imediatamente, o seu processo de fiscalização e que faça um grande mutirão no
Centro de Porto Alegre.
Está aqui também o João Élbio, que é da Associação
do Centro e sabe muito bem o que é caminhar, principalmente na Rua Riachuelo,
na Rua Duque de Caxias... Hoje recebi uma reclamação de uma portadora de
deficiência visual sobre a situação das calçadas da Rua Marechal Floriano.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, quero cumprimentá-lo e
quero convidá-lo a avaliarmos a atual lei que traz esse regramento da
responsabilidade da conservação das calçadas. Quero lhe convidar, sou parceiro
para nós analisarmos essa questão, porque acho que o furo está ali. Obrigado.
O SR. ADELI SELL: Exatamente,
nós estamos abertos a fazer esta discussão e acreditamos que é preciso resolver
o problema das calçadas. Nós temos problemas gravíssimos, Ver. Marcello Chiodo, Ver. Reginaldo Pujol, nós que vivenciamos o Centro mais do que
ninguém, porque moramos no Centro, sabemos também a situação das nossas praças,
a sua vizinha, a Praça Daltro Filho, largada, suja, malcuidada, com
insegurança; a Praça da Matriz, escandalosamente tomada por moradores de rua,
assim como a triste situação da Praça da Alfândega tomada por pungistas.
O
Sr. Reginaldo Pujol: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) O mais rápido possível para
não prejudicá-lo. A calçada do cinema Capitólio hoje, é incrível, não dá para
passar, é resto de alimentos, insetos, moscas e assim por diante.
O
SR. ADELI SELL: Então,
faço um apelo novamente aos meus colegas da Bancada do PTB, e aqui não vai
aquela postura de que tudo que tem problema é terra arrasada não dando prazo
aos Secretários. Já passou um mês da nova Gestão, já levantamos esse tema aqui
no nosso período de recesso. Ver. Alceu Brasinha, gostaria que V. Exª fosse um
dos que se juntassem a mim, ao Pujol e ao Chiodo, que temos vivenciado esse
problema do Centro de Porto Alegre.
O
SR. ADELI SELL: Já é um
S.O.S para Rua Riachuelo, para Av. Borges de Medeiros, para Rua Mal. Floriano e
outras ruas de Porto Alegre, bem como o entorno do Mercado Público Central. E
aí eu quero novamente colocar aquilo que já discuti com o Ver. Valter
Nagelstein, uma questão que para mim é primordial, que é dar uma atenção
especialíssima à questão do Mercado Público. Hoje, infelizmente, nós temos
problemas com uma cooperativa, o mesmo problema que temos aqui na Casa, são
cooperativas que não fazem o trabalho que o contrato reza. Portanto nós temos
que fazer esse enfrentamento neste ano, nós temos aqui uma frente do
cooperativismo que apóia o bom cooperativismo, mas que tem que combater todas
as falcatruas que existem hoje no cooperativismo em nossa Cidade.
Finalizando,
quero dizer que preciso, aqui, reconhecer o atendimento que estou tendo na
Secretaria do Meio Ambiente. Quero fazer esse registro aqui à Bancada do PMDB,
e dar os meus parabéns, Ver. Bernardino Vendruscolo, ao Secretário Professor
Garcia que tem nos atendido. Eu sei que ele está numa situação difícil, porque
a Secretaria tem carências enormes, as praças estão tomadas de matagal. Nós
estamos vendo também - e aí vou discutir com o nosso Diretor do DMLU - muitos
terrenos particulares tomados, sem a devida fiscalização. Se o problema é falta
de pessoal, eu, que sou da oposição, votaria favoravelmente à contratação de
fiscais tanto na SMOV como na SMAM e outros Departamentos, porque a questão da
fiscalização é primordial no serviço público. Então eu queria dizer, Marcello,
que nós temos que estar, mais do que nunca, atentos aos problemas da nossa
Cidade, mas, excepcionalmente, ao Centro, porque é o Bairro de todos nós.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
(O
Ver. Adeli Sell reassume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, solicito verificação de quórum.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Solicito
a abertura do painel eletrônico, para verificação de quórum. (Pausa.) (Após o
fechamento do painel eletrônico.) Há quórum para a continuidade dos trabalhos
da presente Sessão.
O
Ver. DJ Cassiá está com a palavra em Comunicações.
O
SR. DJ CASSIÁ: Sr.
Presidente, Adeli Sell; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores e demais presentes nesta Casa,
eu, como Presidente da CECE, quero comunicar aos meus colegas que, amanhã, nós
vamos receber, na reunião da nossa Comissão, a Secretária de Educação. Ela
mesma se prontificou para, amanhã, apresentar a sua equipe de trabalho a essa
Comissão. Quero convidar os colegas para amanhã, a partir das 9h30min, estarem
presentes à reunião da nossa Comissão.
Também
quero dizer, colega Adeli, que, sobre a questão das calçadas do Centro, o
Secretário Maurício, com certeza, Ver. Brasinha, Ver. Chiodo, vai aceitar e vai
participar desse mutirão. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado,
Ver. DJ Cássia.
O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela
oposição.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; demais Vereadoras e Vereadores presentes e aqueles
que nos assistem; Ver. DJ Cássia, só no ano passado houve mais de 600 pessoas
feridas, machucadas pelas péssimas condições das calçadas da Cidade. E o
Secretário Maurício teve quatro anos e não cuidou disso – quiçá ele comece a
cuidar de alguma coisa a partir de agora -, inclusive saiu uma matéria no
jornal há poucos dias com todos esses dados.
Mas
pedi para falar em Liderança de oposição, porque não posso deixar passar em
branco as palavras do Líder do Governo, que começa muito mal, porque fazer
acordos e não cumprir denota uma péssima tradição política, aliás, a pior do
País. E ele quis vir aqui tachar, enquadrar e falar que o nosso Partido é
autoritário, insinuando ligações com regimes de ditaduras e coisa equivalente.
Quero dizer que, se alguém teve papel importante para a democratização deste
País, foi o PT. Foi o PT que enfrentou a ditadura como ninguém, foi o PT que
construiu, com os movimentos sociais, a luta social, a emancipação de milhões e
milhões de pobres. Foi o PT que conduziu o Lula à presidência da República e
está dando uma condução sem comparações a este País, diferentemente daqueles
que privatizaram, que entregaram as estatais a preço de banana, daqueles que
estiveram no poder e tiveram toda a oportunidade, como o PMDB, à época, com 26
dos 27 governadores, com ampla maioria do Congresso Nacional e que não disse a
que veio. Portanto não dou autoridade política, não dou autoridade moral ao
Líder do Governo, Ver. Valter, para vir falar do Partido dos Trabalhadores ou
fazer esse tipo de insinuação maldosa, injusta, porque o nosso Partido tem
história, tem tradição, tem luta e, como ninguém, fez pela democracia deste
País.
Aliás,
nesse sentido, eu quero fazer uma homenagem ao nosso querido Deputado Adão
Pretto, falecido na semana passada, uma das pessoas que lideraram, a partir do
Sindicato Rural de Miraguaí, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, dos
Pequenos Agricultores, a luta pela Reforma Agrária que se fez no dia-a-dia, que
transformou esse País, que incluiu milhares e milhares de pessoas para a
possibilidade de terem um lugar ao sol, algo que não foi feito nos gabinetes,
algo que a elite não fez. Mas ele fez a luta pela Reforma Agrária, com bravura,
com capacidade, com simplicidade, com a humildade do Deputado Adão Pretto, que
nos deixou, se tornou uma voz que correu todo o País e se tornou uma caixa de
ressonância em nível internacional. Portanto nós sempre estivemos ligados às
lutas sociais, em especial, neste momento, homenageando o Deputado Adão Pretto.
Eu também vi com alegria, nas homenagens, a presença do nosso Ver. Dr. Raul,
assim como o nosso Vice-Prefeito, o Fortunati, que, à época, também foi membro
e fundador da primeira Bancada do Partido dos Trabalhadores, junto com o Raul
Pont, junto com o Silvino Heck, junto com Adão Pretto. Os quatro formaram a
Bancada, uma Bancada de respeito, uma Bancada de combate, uma Bancada de luta
pela democracia, uma Bancada de luta pela inclusão social, que ajudou a
construir aquilo que se tem hoje no País, com todos os avanços, com tudo aquilo
que se acumulou na luta contra a ditadura militar, contra as injustiças que
foram feitas neste País contra Jango, contra Getúlio Vargas, contra Brizola,
contra todos aqueles que trabalharam pela democracia e pelo avanço do povo
brasileiro, especialmente o povo pobre, o povo trabalhador, o povo que passou a
ser incluído.
Então,
nós queremos aqui fazer uma manifestação que não pode deixar qualquer dúvida:
não aceitamos esse tipo de manifestação autoritária do Líder do Governo, como
foi feita aqui, querendo fazer ilações a regimes autoritários com o Partido dos
Trabalhadores. Sei que isso não é compartilhado pelos demais Partidos que aqui
se expressam, porque não corresponde à verdade. Ele tem que repensar as suas
atitudes, ele é muito jovem, está recém iniciando o seu mandato aqui, portanto
é bom que ele meça as suas palavras. Obrigado pela atenção.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver.
Todeschini.
O Ver. Dr. Raul está com a palavra em Comunicações.
O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores e aqueles que nos assistem, eu não vou utilizar na íntegra os cinco minutos. Gostaria de saudar o nosso Ver. Paulo Marques, do PMDB, que hoje assume, e também o nosso Presidente, agora, Prefeito de Porto Alegre, a partir das 18 horas, Sebastião Melo.
Quero dizer que as questões ligadas à Saúde da Cidade nos preocupam muito. E um dos assuntos que eu - aproveitando a presença, no Plenário, do Ver. Carlos Todeschini, que hoje preside a nossa Comissão de Saúde - gostaria de trazer à pauta da nossa Câmara Municipal é a questão do Hospital de Clínicas. Uma questão que está na sociedade, que está sendo contestada em alguns aspectos. Temos que construir, como Vereadores, a melhor relação possível com aquela instituição que tanto fez e tanto faz pela Cidade. Mas também não podemos deixar de ver a questão dos leitos do SUS. Essa questão do convênio e dos leitos públicos é muito importante. Está sendo muito discutida no Hospital de Clínicas.
O
Sr. Carlos Todeschini: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Obrigado,
Ver. Dr. Raul. Estive na reunião do Conselho Municipal de Saúde, onde foi
tratado este assunto. Já solicitei à assessoria que pautemos o debate na COSMAM
para aprofundar o assunto, porque é necessário debater, esclarecer, enfim,
aprofundar o tema.
Para
finalizar, gostaria de falar a respeito das UPAs, em especial aquela que
estamos buscando para o Eixo Baltazar e para a Zona Norte - uma Unidade de
Pronto Atendimento 24 horas -, ainda este ano. Uma proposta para aquela região
que temos junto à Secretaria do Estado e ao Ministério da Saúde, uma força
muito grande para que isso venha a acontecer, desafogando as nossas emergências
hospitalares. Vou ficar por aqui. Saúde para todos!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra em Comunicações.
O
SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustríssimo
Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Adeli Sell;
ilustríssima Verª Juliana Brizola, presente aqui, eu queria pontuar uma questão
que tem paralelo direto com a questão do Estaleiro. O constrangimento ocorrido
aqui, no ano passado, e ocorrido aqui agora com relação ao Projeto do Estaleiro
reflete o sectarismo que as urnas já mostraram, que não cabe mais em Porto
Alegre. Os responsáveis por isso são os mesmos que mencionaram absurdos quando
iniciamos o Programa de Planejamento Familiar utilizando os implantes
subcutâneos como uma de suas estratégias. Essas pessoas disseram, aqui da
tribuna e na Cidade, para a população que eu e o Dr. Pedro Gus, na época
Secretário da Saúde, estávamos obrigando adolescentes a utilizarem um método
experimental em Medicina. O método é utilizado há mais de dez anos no Brasil e
no Primeiro Mundo, liberado pelo FDA e pela Anvisa, e a escolha sempre foi
livre e consciente, mas, como eles não estão acostumados com escolhas livres,
fomos alvo. Também disseram que o método faria com que as adolescentes ficassem
inférteis – pura falácia; que aumentaria o número de pessoas portadoras de DSTs
e AIDS na Cidade, que nós estaríamos criando uma geração de sifilíticos e
aidéticos, o que não ocorreu na Inglaterra quando o método foi utilizado pelo
“SUS” deles, no pós-guerra, e hoje, podemos afirmar, não está ocorrendo em
Porto Alegre nas 2.500 usuárias dos implantes.
Caro
Ver. Haroldo de Souza, como ocorreu com V. Exª, um rapaz, naquela primeira
fila, se manifestou desrespeitosamente em relação ao Dr. Pedro na Audiência
Pública que aqui ocorreu. São fatos que não cabem mais dentro da plural Porto
Alegre, constrangendo deslealmente, porque não se baseiam na discussão política
de argumentos, mas em ranços e rusgas pessoais permeados pela falta de argumentos.
Concluo,
Presidente. Isso realmente esconde o pano de fundo da discussão sobre
planejamento familiar. O planejamento familiar contraria muitos interesses,
principalmente daqueles que se perpetuam no poder através do assistencialismo.
Para esses, uma população escrava de suas necessidades é o desejável.
Planejamento familiar e educação são libertadores. Cara Juliana, como dizia
Brizola, “só através da educação é que o pobre poderá usufruir do
desenvolvimento”. Sem ela, o desenvolvimento só serve aos ricos, e hoje vemos
isso refletir também no número de filhos. As adolescentes não querem ter
filhos. Muitas vezes são obrigadas, são compelidas a tê-los, porque não têm
acesso aos métodos contraceptivos, ou porque não têm métodos contraceptivos
efetivos e eficazes para utilizar, ou ainda, como foi capa da revista Veja, são
obrigadas, pela necessidade, pelo desespero, a realizar abortos em clínicas
clandestinas.
Antes
de nos manifestarmos como brasileiros sobre a liberação ou não do aborto, é
fundamental que defendamos o planejamento familiar como forma de escolha livre
e consciente das mulheres. O planejamento familiar é, antes de tudo, um direito
de todas as mulheres. Muito obrigado pela atenção. Um abraço.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
Obrigado, Ver. Dr. Thiago.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h32min)
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